Este texto é muito importante, pois reflete a vida de um homem que viveu intensamente o Reino de Deus e que aqui deixa importantes considerações sobre si mesmo, mas que servem como mapa a nortear nossa própria jornada.
1 – “O tempo da minha partida está próximo”. Uma das certezas que temos na nossa vida é que nosso tempo acaba. Quando nascemos, é disparado o cronômetro em uma contagem regressiva! Como diz Salomão em (Ec.3:3) “Há tempo de nascer e tempo de morrer”. Não há quem escape disto por mais santo ou pecador que seja.Desta forma, quando chegarmos nesta situação de Paulo, quando fim se aproximar de nós, o importante é a certeza de que vivemos bem, que não desperdiçamos o tempo. E há 4 coisas terríveis que roubam nosso tempo e nossa vida:
– Negligência (Js.18:3): as tribos de Israel haviam chegado à terra prometida, mas passados anos, ainda não haviam efetuado as lutas necessárias para vencer suas batalhas. Porquê? Negligência, descuido, preguiça.
– Procrastinação (Ex.8:1-10): a terra estava cheia de rãs: “na tua casa, dormitório, cama, na casa dos servos, sobre o povo, nos teus fornos e nas tuas amassadeiras”. A praga de rã, deve ter trazido um desconforte incrível, mas quando Moisés é chamado para cessar a praga, Faraó sugere que ele ore “amanhã”. Pra faraó era possível viver mais uma noite de desconforto. Como diz Fernando Pessoa no seu poema “Adiamento”: “Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã… Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã, E assim será possível; mas hoje não… Não, hoje nada; hoje não posso. Hoje quero preparar-me, Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte…Ele é que é decisivo.Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos…Amanhã é o dia dos planos. Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã…Depois de amanhã serei outro,A minha vida triunfar-se-á,Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático Serão convocadas por um edital…Mas por um edital de amanhã…Hoje quero dormir, redigirei amanhã…Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser. Só depois de amanhã… Tenho sono como o frio de um cão vadio. Tenho muito sono. Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã… Sim, talvez só depois de amanhã…”
– Pecado (Rm. 6:21): “que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? O tempo investido no pecado é completamente desperdiçado porque dele, nada se aproveita, só serve para nos encher de vergonha.
– Medo (Mt.25:24-25) “atemorizado escondi na terra o teu talento … lançai pois o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes”. O medo paralisa e impede a pessoa de viver e ser aperfeiçoada entre os erros e acertos, as glórias e impotências”.
2 – Combati o bom combate, acabei a carreira: Estas duas figuras são muito fortes. A primeira fala de ideologia. Ninguém lança-se a uma guerra que não seja para lutar por algo. Nunca é só a luta em si, mas o que está envolvido, o contexto. (I Co.9:26) “Pois eu assim corro não como indeciso, assim combato, não como batendo no ar”. Havia um propósito claro para Paulo, tanto na luta como na corrida”. Paulo tinha uma batalha pelo reino e usava armas espirituais para lutar (II Co.10:4) “porque as armas das nossas milícias não são carnais, mas poderosas em Deus”. Já a corrida, fala de vitória, sucesso, conquista pessoal. “Correi de tal maneira que alcanceis” (I Co.9:24) é o alerta de Paulo. Dediquem-se ao máximo ao sucesso no e do Reino de Deus.
3 – Guardei a fé. Isto é fantástico! Chegar ao fim da vida e ainda continuar crendo mesmo em meio a todas as lutas e desafios da vida. Veja um pouco da história de Paulo (II Co.11:25): “São ministros de Cristo? Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles, em prisões, muito mais; em perigo de morte muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentena de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei na voragem do mar. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigo de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigo dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos. Em trabalho e fadiga, em vigílias, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas”