No caminho o discípulo deve andar como Jesus andou. Ele é o modelo de homem a ser seguido, é o nosso alvo de vida (Ef.4:11-13). Nosso desafio é ser semelhantes a Cristo.
Jesus manteve uma coerência de vida diante de Deus e diante dos homens.
Jesus é Deus como Deus é, mas viveu entre nós como todo ser humano deve ser. Ele era Deus em carne e osso experimentando tudo que os humanos experimentam.
Como homem participou de todos os condicionamentos humanos.
Teve fome, sentia sede, sentia cansaço, teve sono, chorou com a morte de seu amigo e ao ver o estado de Jerusalém. Jesus abraçou e beijou as crianças, admirou a fé de um centurião, assim como de uma mulher siro-fenícia.
Ele se compadeceu dos mortos, consolou os enlutados, teve compaixão dos que estavam sem guias e famintos. Se indignava com a hipocrisia dos fariseus, mas se alegrava ao perceber que os pobres estavam abertos para a realidade do Reino de Deus. Jesus se importou com aqueles que a sociedade não se importava. Deu valor às mulheres e crianças. Jesus fez amizades sinceras.
Sua mente foi assolada por muitas tentações, mas não pecou (Hb.4:15).
Sentiu tristeza e angustia diante do perigo da morte. Teve uma profunda depressão diante do seu iminente calvário – “a minha alma está profundamente triste até a morte”.
Ele andou e viveu neste mundo como homem, mas não se contaminou. Manteve-se santo mesmo em um corpo mortal, e ofereceu a sua vida santa como oferta viva pelos nossos pecados.
Na sua humanidade derrotou o diabo através da sua morte (Hb.2:14), e na sua carne venceu o pecado (Rm.8:3; Ef. 2:15).
Para andar como Jesus andou é preciso aprender o equilíbrio de viver neste mundo sem ser atingido pelo mal que há nele.
Será necessário aprender o equilíbrio experimentado por Jesus: ao mesmo tempo santo e humano. Em nosso caso, ao mesmo tempo deste mundo sem ser atingido pelo mal. É preciso crescer como Ele cresceu (Lc.2:52).
Jesus cresceu em duas direções: diante dos homens e diante de Deus. É isso que nos faz ao mesmo tempo, gente desse mundo sem do mundo ser.
Crescer diante dos homens
Não tem a ver com conquistas materiais ou mesmo intelectuais. Não tem a ver com realizações, com reconhecimento, com fama. Crescer diante dos homens é viver de tal forma que Deus seja visto em nós pelos outros – “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”.
Crescer diante de Deus
Não significa manter um aspecto místico, aprender um evangeliquez. Não significa fazer parte de alguma ordem missionaria, tornar-se monge, ou qualquer tipo de sacerdote. Não implica em fazer votos especiais ou mesmo se enclausurar em algum convento ou seminário.
Crescer diante de Deus é crescer em consciência das suas fraquezas – “É mais forte quem tudo pode vencer enquanto fraco” (Caio Fábio).
Crescer diante de Deus é crescer em dependência – “não temos outro além de ti”. Enoque dependeu tanto de Deus que Deus o tomou pra si.
Crescer diante de Deus é crescer no temor a Deus – Temer a Deus é odiar o mal. O mal contem o orgulho, a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso (Pv.8:13).
Jesus cresceu em três categorias: Sabedoria è Estatura è Graça
Sabedoria é conhecimento aplicado – é viver o que sabe (Pv. 2:20).
Sabedoria é melhor que riquezas, ela garante vida longa e riqueza (Pv.3:13-16). Não vem dos títulos e conhecimentos dos compêndios de teologia (Pv.8:5,12). Ela é um composto de prudência e bom senso. Há muita busca pelo conhecimento sem que haja o mesmo empenho na busca pela sabedoria.
Estatura é maturidade
A maturidade vem quando tudo que desejamos é Deus e não o que Ele pode nos dar. A imaturidade leva a criança a viver de presentes, a ser egoísta.
A igreja é infantil na medida em que vive em busca de presentes do Pai.
Tu és a minha porção (Lm.3:24). Os sacerdotes do VT não tinham herança. Hoje somos os sacerdotes.
Maturidade é aprender a viver com o que tem. É aprender o contentamento – “Pobre é quem precisa de muito para viver” (José Mujica).
Maturidade é aprender a enfrentar as adversidades da vida sem vitimíssimo e sem desespero.
Maturidade é aprender a gozar das alegrias ainda que rápidas ou poucas, sejam suas, sejam de outros.
Maturidade é crescimento espiritual. O homem é tanto mais espiritual quanto mais santamente humano pode ser.
Graça é aceitação
Ter a consciência de que somos aceitos por Deus como somos.
Aceitar-se a si mesmo. Você é como é e não como gostaria que fosse.
Se você se aceita, será aceito entre os homens – ame o próximo como a si mesmo. Caso não aceitem eles são os doentes.
A única forma de sermos sadios e libertos das psicopatologias é buscarmos no poder do Espirito Santo, a transformação da própria vida, na semelhança de Deus em Cristo Jesus (Caio Fábio).