Isaías atuou como profeta entre os anos 740 a 701 a. C.. Começou no final do reinado de Uzias (Azarias), e depois Jotão, Acaz e metade do reinado de Ezequias. Quando Manasses sobe ao trono (686 a. C.), segundo a tradição, matou o profeta enfiando-o dentro de um tronco de árvore, e depois serrou ao meio.
No capítulo 1, o profeta tem a visão que Deus tem sobre o pecado e a rebeldia de Israel. No 2 ele vê a restauração do templo e do culto em Jerusalém e o dia do castigo de Israel. No 3 até 4.1, Isaías vê o julgamento de Deus sobre Judá e de Jerusalém. No 4.2-6, vê Cristo, o renovo de Deus ser manifesto. No capítulo 5, Isaías compõe a “canção da vinha” (Israel) e declara os seis “ais” (especuladores imobiliários, os promoters, falsos crentes, invertem valores, orgulhosos e os alcoólatras) que virão sobre a nação. A visão ética, escatológica, punitiva, cristocêntrica gera uma consciência social crítica, mas não celestial.
O Tempo do Profeta
É de crise e luto. Uzias que tirara Judá da miséria e infâmia morrera [1]. Isaías (talvez seu parente), no luto tem uma quinta visão, não mais sobre a nação, seus pecados, seu julgamento, suas sentenças e sua restauração, mas sobre Deus. Esta [6.1-13] visão do profeta pode ser tratada em quatro momentos:
1.Momento sobre o trono [1].
Quem de fato está no trono é o Senhor (Adonai). Deus está no exercício de sua autoridade, poder, honra e dignidade. Ele diz [5] que viu o Rei, o Senhor (YHWH) dos Exércitos, aquele que vai a frente, que está na dianteira. Seu trono é alto por que Ele é Deus! Sua autoridade, poder, honra e dignidade – trono – está exaltada pela sua competência em liderar. Nossa vida e ações o exaltam! O menor detalhe daquilo que Deus é foi suficiente para trazer plenitude, encher o templo.
2.Momento sobre os serafins [2-3].
Serafins são seres com aparência humana, com funções de fazer vigilância e adoração diante do Senhor. No exercício das funções tinham o rosto (visão) e os pés cobertos. Para adoradores, visão e prática não são determinantes. A proclamação, os gritos eram feitos para outros serafins e enalteciam Deus com ser sagrado, separado e declaravam a extensão de sua glória sobre toda a terra.
3.Momento sobre o templo [4].
O lugar de culto, agora também se transforma em lugar de encontro entre o humano e o divino. O lugar do culto é lugar de manifestação divina. Os batentes das portas tremeram. Entradas e saídas sacudidas. A fumaça encheu o templo. Fisicamente nada saiu do lugar, mas para Isaías tudo saiu do lugar!
4.Momento sobre ele mesmo [5].
Do seu desespero de quem cai em si; de quem se vê perdido, cortado, fora [Lc 15.17]. Do seu pecado no íntimo, como elemento que inspira a declarar coisas impuras, corrompidas, misturadas. Do pecado coletivo como elemento contaminador tornando impuro, poluído. O homem da Palavra está sendo avaliado pela Palavra.
Os efeitos desses momentos: Limpeza, boa consciência e resposta ao desafio.
O serafim e a brasa tirada do altar com uma tesoura. Os céus tomam toda iniciativa para fazer a limpeza daquele que quer viver profeticamente, usando o que já está na terra [6].
A boca foi tocada [Provérbios], mas o coração é que foi atingido: foi removida a culpa e perdoado o pecado [7].
O coração ouviu a voz do Senhor (visão não é tudo) e o seu desafio [8], que incluía: prontidão ao ser enviado; agir como representante legítimo.