Depois de ressurreto Jesus aparece aos seus discípulos e lhes deixa uma grande responsabilidade: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. Assim como Jesus foi o enviado de Deus para os homens e mulheres, nós somos também enviados de Jesus para cada pessoa com quem convivemos.
A missão de Jesus
Jesus veio como ele mesmo disse: “Eu vim para buscar e salvar os que se haviam perdidos”. Esse “buscar e salvar” implicava e derrubar a parede de separação entre o homem e Deus perdoando-lhes os seus pecados.
Antes, a cada ano, um sacrifício era feito usando um animal sem defeito a fim de que os pecados fossem cobertos e tivessem perdão por um ano. O sangue desse animal era apresentado pelo sumo sacerdote, por si mesmo e pelo povo no lugar santíssimo.
Esse lugar era separado por um véu, pois não era permitido o acesso a qualquer pessoa. Isso significava que entrar a presença de Deus não era para qualquer um. Dois filhos de Arão (Nadabe e Abiú) entraram ali queimando incenso e foram fulminados pelo fogo que saiu da presença de Deus (Lev.10). O véu posto como separação lembrava que não podíamos entrar na presença de Deus sem ser mortos.
O sacrifício anual clamava pelo sacrifício perfeito quando definitivamente os pecados estariam para sempre perdoados.
Na sua morte Jesus foi o sacrifício perfeito, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Ele foi o sacrifício aceito por Deus, o seu sangue derramado foi o sangue do justo sem defeito sem pecado. Quando Jesus na cruz clamou “está consumado” e entregou seu espírito a Deus, além da natureza se revoltar, por causa dessa dor e sofrimento, o véu se rasgou de cima a baixo indicando que a separação e o acesso de pessoas especiais, haviam acabado. A barreira de separação, a inimizade com Deus estava derrubada. Paulo traduziu assim esse momento: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação” (2 Coríntios 5:19).
Jesus então nos envia da mesma forma como foi enviado pelo Pai e nos confiou a mensagem da reconciliação do homem com Deus.
Ele soprou o Espírito Santo sobre os discípulos e disse: “Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados”. Em outras palavras Jesus disse: “Está sobre vocês a missão de libertar ou aprisionar pessoas, perdoando ou não perdoando”.
A nossa responsabilidade é grande, ou perdoamos ou aprisionamos, ou somos libertadores ou somos carcereiros.
Quando anunciamos que em Jesus há perdão, libertamos.
Quando usamos a religião e suas regras que impõem condições às pessoas para se aproximarem de Deus, as aprisionamos.
Quando as pessoas vêm até nós com seus pecados, nosso dever pela missão recebida é anunciar que em Jesus há perdão para qualquer pecado. Esse é o evangelho que recebemos!
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará” (Mt.6:14).
A mensagem que nos foi confiada foi a mensagem da reconciliação e não de acusação.
Perdoar pecados é uma missão abandonada e por isso tornamos a igreja uma casa de dissimulação ou apenas uma casa de acusadores, abandonando de vez a missão de comunicar o evangelho da reconciliação. Precisamos como discípulos contribuir para que a igreja seja um lugar de perdão, restauração e reconciliação.
É tempo de fazermos um retorno às escrituras e voltarmos a ser uma casa de misericórdia vivendo e anunciando a todos que Jesus nos reconciliou com o Pai e nele há perdão de pecados para todos.