Você sente saudade de Deus quando está sem comunhão com Ele? Você acha que Deus sente saudade dos seus filhos que estão distantes Dele?
A base da mensagem do Evangelho de Jesus é composta pela relação de Amor e Comunhão do Criador com sua criação. Deus amando as pessoas e atraindo-as para si, com o fim de voltar a ter comunhão com elas: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jr.31:3). “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (II Co.5:19). “Porque Deus amou o mundo de…” (Jo.3:16).
Toda criação de Deus foi firmada nesta comunhão de amor; neste viver em união; no estar em ligação permanente um com o outro. Nesta relação não há espaço para o amor á distância e impessoal. No início de tudo a relação era de real presença mútua: “O Senhor chamou o homem, perguntando: Onde está você?” (Gn.3:9).
A ausência do outro era sentida de forma imediata. A distância provocava saudade em ambos. Saudade só existe entre aqueles que não esquecem um do outro; que guardam lembranças porque vivem em comunhão. “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl. 42:2).
Quando a relação de amor e comunhão da Igreja com Cristo é quebrada, produz em ambos uma saudade insuportável que induz um a procurar o outro. A saudade de Deus é a saudade de um Pai que jamais abandona seu filho; já a saudade do filho é a saudade que produz cura e proteção porque leva o filho a estar com o Pai: “Anseio habitar no teu Tabernáculo para sempre, e me abrigar no oculto de tuas asas” (Sl.61:4).
Exemplo da saudade de um filho distante do pai: A parábola do filho perdido. “Caindo em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm…” (Lc.15:17). Ser Igreja de Cristo é ser filho que não consegue viver sem comunhão com Pai Eterno. É ser filho que ao se afastar do Pai, experimenta a saudade que cura, porque retorna imediatamente aos braços acolhedores de Deus.
Exemplo da saudade contagiosa de Deus pelos seus filhos: Oséias 11:1-4.
*É a saudade de quem ama o filho desde o seu nascimento (v.1a).
*É a saudade de quem não se cansa de procurar pelo filho, porque quer vê-lo perto (v.1b).
*É a saudade de quem quer colocar o filho nos braços e o ensinar a andar/viver (v.3a).
*É a saudade de quem quer cuidar, tratar e curar das feridas do filho (v.3b).
*É a saudade de quem quer conduzir e mostrar o caminho da bondade e do amor (v.4a).
*É a saudade de quem quer tirar o fardo e o jugo para que haja alívio e libertação (v.4b).
*É a saudade de quem quer suprir e alimentar o filho faminto. Quer mantê-lo vivo. (v.4c).
Não se é Igreja sem esta relação de amor e comunhão com Deus e consequentemente com o próximo. É somente no amor e na comunhão com Deus e com o próximo que seremos reconhecidos verdadeiramente como Corpo de Cristo. Ser Igreja é, antes de qualquer coisa, viver uma relação de filiação com Deus. É primeiramente nascer de Deus (Jo.1:12).