Jesus estava subindo para Jerusalém, para ser crucificado. São os últimos dias de vida terrena de Jesus.
Mateus diz que eram dois cegos [39]; um faria companhia ao outro. Marcos [46] e Lucas [35] dizem que era só um e que seu nome [Mc, 46] era Bartimeu (filho de Timeu, que significa impuro), um conhecido discípulo dos apóstolos. Mas cego é cego; podem fazer julgamentos, mas não tem discernimentos; questionam sem conseguir ouvir as respostas; vivem da especulação.
Mateus [29] e Marcos [46] dizem que Jesus estava saindo de Jericó (lugar da fragrância); Lucas diz que Jesus estava passando [36] pela cidade (+/- 100.000 habitantes).
Juntamente com Jesus estavam seus discípulos [Mc, 46] e grande multidão: os fascinados por milagres e aqueles que estão indo para a festa da Páscoa em Jerusalém [Mt, 29; Mc, 46; Lc, 36].
Marcos [46] e Lucas [35] dizem que Os cegos/cego eram mendigos, esmoleiros, indigentes, sem-teto.
Estavam sentados à beira do caminho [Mt, 30]. Postos na marginalização, discriminados; ocupando-se com a fé [Lc, 42] e autopiedade. Mantendo-se pelos sonhos ora pessoais, ora dos outros. Vivendo do propósito de outras pessoas; alimentando-se do sentido ou significado da vida daqueles que pegam sua estrada. Daqueles que conhecendo, desconhecem a graça não tendo vínculo pessoal, como igreja, com aqueles que desconhecendo, conhecem a graça [Mt, 30,31; Mc, 47,48; Lc, 38,39].
A cura acontecendo na saída da cidade pode ter sido realizada no seu fórum [Mc, 46].
Eles gritavam, choravam alto, grasnavam, berravam por misericórdia, compaixão, boa vontade para com sua aflição pessoal [Mt, 30; Mc, 47; Lc, 38]. A atitude aqui é de quem não desperdiça oportunidades. Não deixa para depois. É de quem valoriza o nome de Jesus. De quem se vê até como filho das trevas, mas não do silencio; como filho da limitação, mas não da apatia.
Quando repreendidos, acusados, reprovados, censurados, hostilizados [Mt, 31; Mc, 48; Lc, 39], gritavam, berravam mais alto ainda! Não se acovardaram por aqueles que diziam estar seguindo Jesus.
Mateus diz que Jesus chamou-os [32]; Marcos que Ele mandou chamar [49]; Lucas que Ele ordenou (declarou que estava no comando), que os cegos fossem trazidos [40].
Só Marcos diz [49] que houve um incentivo por parte de quem foi buscar o cego, provavelmente, alguns dos discípulos (só eles fazem isto). Ânimo é coragem, confiança; levantar-se é despertar do sono, insurgir-se, indispôs-se contra a morte; chamar aqui, tem o sentido de intimar, trazer para perto de si mesmo, gritar pelo nome, trazer luz ou revelação sobre.
Só Marcos diz [50] que a capa, um manto (a proteção, a regulamentação) foi jogada para o lado; aquilo que era direito ganho, constituído foi posto à parte; a resposta foi imediata, num salto, uma verticalização.
Jesus pergunta o que exatamente eles/ele queriam. Qual era o maior desejo [Mt, 32; Mc, 51; Lc, 41]. A palavra fazer tem o sentido de criar, construir, fazer brotar.
Mateus [33] diz que eles/ele queriam e sabiam que queriam ter os olhos abertos; Marcos [51] e Lucas [41] que eles/ele queriam ter a visão outra vez. Não foram sempre cegos.
Mateus diz que Jesus tocou-lhes os olhos [34]; Marcos, que Jesus lhe disse que a fé o tinha salvado [52]; Lucas acrescenta dizendo que Jesus lhe disse: “tenham a visão”! Equivale a dizer: olhem para cima, tenham seus olhos levantados!
Os evangelhos dizem que eles/ele seguiram a Jesus [Mt, 34; Mc, 52; Lc, 42]. Tornaram-se seguidores, discípulos, de Jesus. Lucas comenta que o nome de Deus foi glorificado, exaltado, honrado, celebrado, tornado ilustre, magnífico, esplêndido. Então, como gente curada, tornaram-se seguidores de Jesus, glorificavam a Deus, subiam para Jerusalém para a crucificação! Mas hoje a cura basta!
Jesus disse ao povo [Jo 8.12]: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”!
Aplicação
Procurar saber o que está acontecendo (ouvir). Tomar a iniciativa (verticalizar). Convicção do que se quer (aplicar). A decisão de seguir a Jesus (praticar).
Estamos discernindo as questões principais da vida ou estamos tateando a vida?
Estamos mendigando aquilo que em Jesus já é nosso ou já descobrimos o grande supridor que Ele é sempre? C. H. Spurgeon diz que “quer gostemos, quer não, pedir é a regra do Reino”.
Estamos aproveitando a grande oportunidade ou ainda nossa “onda” não veio?
Já abandonamos essa sensação marginalizadora, discriminatória, de comiseração, vampiresca ou ainda vivemos como gandulas?
Já nos levantamos ou estamos esperando que os céus cheguem até nós? Richard Foster afirmou que “o único lugar em que Deus pode nos abençoar é aquele em que nos encontramos, pois é nesse lugar que estamos”.
De quem nos cercamos, de censores, juízes ou discípulos?
Nossa decisão por Cristo é nosso único plano ou existe ainda o plano “B”, “C”, etc.?
Nossas orações são expressões de segurança, de inteireza, de um só desejo?
Você perdeu a visão de Jesus? Quer recuperá-la? Quer voltar a olhar para o alto? Quer abandonar sua zona de conforto, suas moedinhas para ser um seguidor de Jesus?