Há uma característica de Jesus, evidenciada durante o seu ministério na terra, que hoje pouco se comenta. Jesus era altamente acessível às pessoas. Tudo o que Ele fazia envolvia pessoas, gente, vidas: “Eu vim para que todos tenham…”. “Vinde a mim todos…”.
Interessante que mesmo Jesus estando com os doze discípulos, esta acessibilidade às pessoas era peculiar a Ele próprio. Ou seja, a instituição dos doze não era impedimento das pessoas se aproximarem Dele. Ex: Os discípulos até tentaram impedir a aproximação das crianças (Mt.19:13,14).
O ser acessível de Jesus tem a ver com a abertura e a receptividade que Ele dava para as pessoas se aproximarem dele. Ser acessível é algo que envolve relacionamento e acolhimento entre pessoas. Além da aproximação física envolve abertura da alma e do coração. Acessibilidade não tem a vê com ingressar em uma Instituição, ou entrar com facilidade em um templo e assistir um culto ou até mesmo respeito a alguém que possui algum título funcional.
A igreja precisa se tornar semelhante a Cristo na sua acessibilidade às pessoas. Precisa urgente deixar de ser insensível e se tornar acessível e acolhedora. Muitos estão na igreja, mas não se sentem igreja, porque encontram a barreira da indiferença e da frieza.
Quando a igreja se torna insensível e inacessível às pessoas, o que acontece?
Fica semelhante a um leproso, deixa de ser atraente e passa a ser indesejada no meio social.
Torna-se fria e insensível, ao toque de quem se aproxima. Não sente e nem é sentida.
É considerada como uma ameaça para a sociedade, porque é vista como um local de pessoas doentes.
O texto bíblico em questão é o retrato de como Jesus se relacionava com as pessoas e o que Ele espera que sua igreja também faça. Obs. Jesus estava com as pessoas ensinando no monte. Uma igreja acessível é uma igreja que se identifica com Jesus da seguinte forma:
* É desarmada de resistência às doenças e problemas das pessoas. O leproso se aproxima de Jesus sem avisar. Jesus quebra uma prática comum dos Judeus, porque permite o leproso se aproximar e toma a iniciativa de tocar nele (no doente, na ameaça). Quando Jesus estende a mão, demonstra ao leproso o quanto ele era importante. Aí acontece a cura interior, que é a cura de identidade. Muitas vezes os nossos sofrimentos engole nossa identidade, e deixamos de ser quem somos para ser o retrato do problema.
* Tem como prioridade transmitir a existência de um ser Supremo que deve ser sempre adorado. O cego adora Jesus de joelhos com o rosto em terra. Chama Jesus de Senhor, título que só poderia ser dado ao Imperador de Roma. Ele percebeu quem era Jesus: Deus.
* Conduz as pessoas a dependerem da vontade de Deus e não da vontade humana. O cego compreendia que a vontade de Deus era superior à sua própria vontade: “Se quiseres pode me curar”. O cego não dá ordem, não coage Jesus para fazer o que ele desejava.
* Torna-se instrumento de Deus para que vidas sejam curadas e libertas do pecado. A lepra na bíblia é uma figura de pecado. É assim que o pecado faz com a pessoa: Deixa-a insensível à dor, do mesmo jeito que um leproso que se fere o tempo todo sem perceber, até perder a própria vida. Quanto mais tempo vivermos na prática do pecado, mais insensíveis ficamos às consequências geradas por ele; e mais insensível às pessoas.
O quanto somos acessíveis aos nossos familiares, colegas de trabalho ou faculdade, vizinhos e até mesmo às pessoas desconhecidas que encontramos no dia a dia, com o fim de ouvir, ajuda e compartilhar o amor de Deus com elas?
Conclusão: Tudo o que Jesus fez com e por aquele leproso, ele também fez por nós lá na cruz do calvário (Is.53:4,5). Ele nos tocou e recebeu sobre si todos os nossos pecados, para nos purificar. Antes de ser crucificado Ele viveu entre nós; depois de ser crucificado Ele ressuscitou para viver permanentemente conosco. Ele está sempre acessível a nós, e por meio Dele temos livre acesso ao Pai.