Série de ministrações nas quintas-feiras às 19:30 pelos pastores Glaber Leitão e Alexis Pasklan.
Identificação com o Pai (Desenvolvimento de sua identidade). Pr. Glaber Leitão.
João 10:30; João 14:5 – 14; Gl. 2:20
A maior marca de um filho está na sua identificação com aquele que o gerou. Cada pessoa tem sua identidade própria, porque somos seres individuais. Em contra partida, uma vez sendo filhos continuamos com nossa identidade própria, mas com o DNA, características pessoais peculiares, semelhantes ao daquele que nos gerou. Por isso a identidade de um filho com o pai extrapola, excede ter um simples sobrenome na Carteira de Identidade.
Quais evidências são vistas em Jesus que revelam sua identificação com o Pai?
É a expressão exata do Pai (Hb.1:3). Quanto mais conhecemos Jesus, mais conhecemos o Pai e mais parecidos ficamos com Ele (Jo.14:7).
É íntimo com o Pai. “Eu e o Pai somos um” (Jo.10:30). Quanto mais nos relacionarmos com Jesus através da oração e da Palavra e do viver diário com Ele, mais íntimos seremos com o Pai. “Você não me conhece, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo?” (Jo.14:9). Não é apenas a presença de Jesus conosco, mas o quanto nós estamos com Ele.
Não havia dissociação ou divergência de palavras, de ações e de obras, entre o Pai e o Filho (Jo.14:10,11). As palavras e ações de Jesus estavam alinhadas às do Pai, eram reais expressões do agir de Deus através dele. Assim também deve ser o nosso testemunho. Devemos viver e agir semelhante a Jesus.
O desejo de estar na presença do Pai estava acima de tudo (Jo.14:12). Nada na vida de Jesus era mais importante do que estar junto ao Pai. Ser usado para realização de grandes obras não diminuía o desejo maior de estar com o Pai. Quando a presença do Pai é a nossa prioridade, haverá sempre espaço para que Ele use outros também.
O propósito maior de Jesus era o Pai ser glorificado no Filho (Jo.14:13). Tudo na vida de Jesus tinha que evidenciar e exaltar a imagem o Pai. O Filho atenderá qualquer pedido, desde que seja para glorificar o Pai. Deus quer ser glorificado por meio das obras realizadas por seus filhos. A felicidade dos pais é verem seus filhos realizando coisas que os engrandeçam como pais. Assim também é Deus: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt.3:17).
O nosso maior testemunho de que somos filhos de Deus é quando nos identificamos tanto com Jesus no modo de viver, que o mundo reconhecerá naturalmente a vida Dele em nós. Exemplo: “Pedro o teu modo de falar te denuncia” (Mt.26:73).
Uma vida de oração – relacionamento permanente com o Pai. Pr. Alexis Pasklan.
A palavra oração lembra em muito o termo “prosear”, que indica sentar para bater papo, conversar sem ter uma lista específica, permitir que um assunto puxe outro, e etc.
Jesus era assim com Deus por que Ele era seu Pai. Isso faz toda diferença! Jesus não se relacionava com uma divindade, uma força, um poder, mas com uma pessoa, o Pai! Deus sempre fez questão desse tratamento. Em Jeremias 3.19, falando pelo profeta, diz a nação israelita: “Pai me chamarás”. Entre Jesus e Deus não seria diferente! E por quê? O Pai é:
1a Líder. Jesus sempre foi submisso ao Pai. Sua vontade era, é e será sempre fazer a vontade do Pai “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” [Mt 7.21; Mc 14.36]. Jesus veio fazer o que já tinha sido determinado para ser feito: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer” [Jo 17.4]. Todo trabalho é feito no tempo do Pai. “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando” [Jo 5.17].
2a Merece honra. Jesus veio para glorificar o Pai. “Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai” [Mt 16.27]; “Para que teu Filho te glorifique” [Jo 17.1]. A atitude de Jesus era trazer alegria ao Pai. “O filho sábio dá alegria ao pai” [Pv 10.1; 15.20]. A admiração é o ponto mais alto prazer. Malaquias 1.6 Deus pergunta: “se eu sou Pai onde está minha honra?”. Êxodo 20.12 diz que é para honrar pai e mãe; homenagear, dignificar, distinguir, exaltar, glorificar, dar boa fama, enaltecer, celebrizar publicamente.
4ª Doador. Ele nos abençoou com todas as bênçãos espirituais [Ef 1.3]. Todas as coisas, o Pai entregou ao Filho [Mt 11.27]. Tudo aquilo que é do Pai também é do Filho [Jo 16.15]. A própria glória do filho foi dada pelo Pai [Jo 17.5].
5ª Unificador. O Filho é um com o Pai [Jo 10.30], isto é, o Filho está no Pai, nós estamos em Jesus e Ele está em seus discípulos [Jo 14.20].
6ª Revelador. O Filho é conhecido do Pai [Mt 11.27; Jo 10.15] e pelo pai amar muito o filho lhe mostra tudo o que faz [Jo 5.20].
7ª Salvador. “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira. Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu=nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos” [Ef 2.1-5].
Há inúmeros motivos pelos quais devemos, podemos e queiramos orar! Deus é Pai e Jesus cônscio de sua filiação, agia como alguém da família! Vivemos repetindo que na família deve haver comunicação e diálogo e etc. e tal.
Que tal tornar, pelo exemplo de Jesus, nossa a realidade desse relacionamento, não pela beleza, ou pela grandeza, ou pela espiritualidade, mas porque, também somos família de Deus!
Obediência e submissão (Jesus dependia plenamente do Pai). Pr. Glaber Leitão.
A relação de Jesus com o Pai era uma relação de pura dependência. Esta dependência era evidenciada na prática, pelo modo como Jesus se comportava diante das circunstâncias que a vida lhe apresentava.
Para Jesus, obedecer e se submeter ao Pai era uma questão de sobrevivência e fortalecimento: “A minha comida é fazer a vontade (Obedecer) daquele que me enviou e concluir a sua obra (Submeter-se à missão determinada pelo Pai)” (Jo.4:34).
A obediência de Jesus era puro reflexo da própria vida do Pai na vida do Filho: “… nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou” (Jo.8:28).
Uma vida rendida completamente a Deus se manifesta pela intensidade do desejo de obedecer e submeter-se ao Pai. Exemplos: O apóstolo Paulo “Já não sou quem vive, mas Cristo vive em mim”. Jesus “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt.26:39).
Obediência e submissão são ações que se fundem na vida daqueles que tem o coração e a mente totalmente encharcados pela Palavra de Deus.
A obediência a Deus implica em viver conforme tudo o que já foi revelado e ensinado por Ele. Obedecer é se sujeitar àquilo que já foi estabelecido claramente por Deus. Obediência é uma resposta racional, que requer disciplina e compromisso (I Sm.15:22). Exemplos: Daniel, José do Egito.
Submissão implica em atender a vontade de Deus mesmo não se tendo a revelação clara do que vai acontecer. Submissão é confiança plena que extrapola a razão; é uma resposta do coração e não da mente. Exemplos: Abraão, Pedro (Sob tua palavra lançarei a rede, Lc.5:5), José esposo de Maria (Mt.1:128-24).
Quem vive em submissão, sempre coloca a missão estabelecida por Deus para sua vida acima dos seus desejos e vontades. Um discípulo submisso é aquele que vive debaixo da missão e do propósito de Deus para sua vida.
Durante todo o seu ministério Jesus foi obediente e submisso ao Pai até a morte (Fp.2:5-11).
Caráter moldado conforme o pai . Pr. Alexis Pasklan.
“Mas Jesus retirava-se para lugares solitários, e orava” [Lucas 5.16]. Jesus priorizava sua intimidade com o Pai. Nem a família, nem o ministério, nem seus discípulos mais íntimos, nem sua visão e nem seu alvo maior – a cruz – eram mais importantes que sua vida intima com o Pai. O que revela o poder de Deus, seus sinais ou seus é a intimidade que o ser humano vive com Deus.
Jesus não viveu na terra como ser divino, mas como homem. A expressão de Seu caráter era de um homem e não de um Deus. Precisou aprender sobre tudo e sobre todos na terra através da experiência, da vivencia. Jesus viveu como gente deve viver, vivendo pela dependência de Deus; seu era o caráter de Deus: “Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu“ [Hebreus 5.8].
Algumas expressões do caráter de Deus vistas em Jesus:
Jesus não perdia o tom da voz do Pai: “Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou” [João 14.24]. Jesus não era surdo, meio surdo ou algo similar. Ele sempre ouvia o que Deus falava. E a maior prova de que Deus falou, fala e falará reside na disposição em acatar, obedecer, submeter. Ele não lidava com a Palavra de Deus como informação, nem conhecimento, mas revelação. João 17.8 diz: “Pois eu lhes transmiti as palavras que me deste, e eles as aceitaram”.
Jesus não usava sua boca para falar de si, falar por si, falar para si mesmo: “As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra” [João 14.10]. Seu censo de percepção lhe dizia duas coisas: primeiro, como registra o início do verso, Ele estava no Pai e o Pai estava Nele; segundo que, as palavras que Deus diz através de nossa boca são para realizar a sua obra.
Jesus via o Pai em tudo. Caminhava para onde seus olhos estavam fixados, o Pai: “Eu vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai” [João 16.28]. Suas ações eram orientadas pelo Pai, Deus. Seu trabalho também: “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também” [João 5.17]. Suas obras eram supervisionadas por Deus, o Pai: “Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porque tudo quanto faz, o Filho o faz igualmente” [João 5.19].
Jesus tinha seu coração inclinado para fazer a vontade do Pai: “Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou” [João 6.38]. Vontade (gr. thelema) não é apenas um desejo, um capricho de Deus; vontade é a determinação, o propósito, a escolha, o prazer, a satisfação de Deus.
Aplicação: “Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes á imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos” [Romanos 8.29].