“Quando chegou ao outro lado, à região dos gadarenos, foram ao seu encontro dois endemoniados, que vinham dos sepulcros. Eles eram tão violentos que ninguém podia passar por aquele caminho. Então eles gritaram: ‘Que queres conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do devido tempo? ’ A certa distancia deles estava pastando uma grande manada de porcos. Os demônios imploravam a Jesus: ‘Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela manada de porcos. ’ Ele lhes disse: ‘Vão! ’ Eles saíram e entraram nos porcos, e toda a manada atitou-se precipício abaixo, em direção ao mar, e morreu afogada. Os que cuidavam dos porcos fugiram, foram à cidade e contaram tudo, inclusive o que acontecera aos endemoniados. Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus, e quando o viram, suplicaram-lhe que saísse do território deles.”
Questões sugeridas: Por que as pessoas ficam endemoniadas? Por que os demônios entraram numa manada de porcos e Jesus consentiu com isso? Por que, apesar da libertação dos dois cidadãos gadarenos, a cidade não quis saber de Jesus?
Antecedentes: Os discípulos tinham visto Jesus curar o servo do centurião, a sogra de Pedro, libertar pessoas oprimidas pelo diabo e acalmar o mar revolto [23-27]. Viram o poder de Jesus sobre doenças terminais, doenças não terminais; sobre questões espirituais e naturais.
Geografia: Na região dos gadarenos, a cidade distava 10 km do mar da Galiléia. Gerasa citada em Marcos e Lucas ficava a 5o km.
Mateus apontando dois endemoniados contrasta com Marcos e Lucas que diziam ser um [28].
Demônios pós-modernidade!
Endemoniados ou demonizados ou indemonizados ou influenciados por demônios na visão de Ed René, é viver por um ego absoluto, pensando só em si, ignorando outros seres humanos e o próprio Deus. A demonização ocorre porque o tradicionalismo fala mais alto, quando as autoridades religiosas tem mais poder do que deveriam, as imposições familiares, os vínculos afetivos, as ideologias, o estado político, as filosofias, as culturas são mais do que deveriam ser. São expressões de vontade absolutas e opressoras.
Reações demoníacas e ações messiânicas:
O verso 28 diz que vinham dos sepulcros, do cemitério. Surgiam dos memoriais, dos monumentos. A dupla era solitária. Peregrinavam entre dois mundos: dos vivos e dos mortos. Viviam como zumbis de espírito; uma espécie similar ao seriado The Walking Dead. Alimentavam-se das coisas mortas, saciavam-se na morte. Além do que eram incapazes de se expressar, de se comunicar.
Mas Jesus transforma! Ressuscita! Abre os sepulcros. Leva para a vida no eterno. A vida passa a ser vivificante – vivos produzem vivos! Alimenta com o pão do céu, a palavra da vida. Dá seu próprio espírito que fala com Deus. Exemplo, o quase enfermeiro.
No mesmo verso 28 diz que eram violentos; a RA diz que eram “furiosos”. O original indica que eram difíceis de controlar, de segurar, de tolerar; não dava para reduzir a força de ambos. Não aceitavam comando humano; eram rebeldes, insubmissos, obstinados. Sendo rebeldes, também eram violadores da paz, antipacifistas; violadores dos limites alheiros; eram dados ao terrorismo; gente do agito; gente que quer ver o circo pegar fogo!
Mas Jesus transforma totalmente! Coloca domínio próprio. Coloca um espírito de obediência, submissão, flexibilidade. Como Príncipe da paz, imprime sua marca em nós como pacifistas, gente de paz, que reconhecem seus limites; que vivem sua realidade; que não sobem mais ao picadeiro.
Também no verso 28 lemos que não permitiam a passagem por aquele caminho. Aquilo que fora usado por tantos como rota, ponte, passagem, meio de subsistência estava agora impedido. Eram uma espécie de Tranca-Rua; cobradores de pedágio; não deixavam outros avançarem, não cresciam e não deixavam outros crescerem. Eram exclusivistas nas relações, na amizade, no ministério, nos vínculos familiares.
Mas Jesus transforma completamente! Ele mesmo é o caminho, Ele é o alvo, Nele está a vida. Jesus não se contradiz, não cobra tarifas no caminho; não estimula o espírito da competição e do empreendedorismo. Jesus toma para si para que vivamos para outros!
Eles eram dados ao grito, anota o verso 29. Dados a ameaças, intimidações; semeavam e espalhavam a cultura do medo; quem faz isso não é manso, gentil, respeitoso.
Mas Jesus transforma substancialmente! Ele injeta coragem diante das intimidações. Nos da uma convicção de que a história não é dirigida por homens, mas por Deus. Ele apoia sua própria semeadura e não deixará que ela pereça por joio nenhum. Ele não constrói nossa vida em cima de alicerces do temor ou medo. A mansidão, a gentileza, o respeito são frutos naturais.
Eram dados a afronta: “Que queres conosco?”, “Porque você está se intrometendo?”;
“Viste aqui para nos atormentar antes do tempo?”; “Porque você, Jesus, está sendo inconveniente?”.
Jesus transforma integralmente. Não estamos mais fugindo de Deus. Não estamos mais questionando seu tempo, maneiras, formas. Não estamos mais priorizando nosso lugar comum, nossa zona de conforto. Não estamos mais a preferir porcos e preterir o Rei da Glória. Não estamos mais preocupados em perder as coisas. Exemplo: Pr. Divino.
JESUS AINDA TRANSFORMA SERES HUMANOS!