Vivemos um tempo dessa combinação perigosa. Fé é poder para fazer sinais e prodígios. Riqueza é bênção de Deus para todos. Religião é necessidade do ser humano. Fé é a mística. Riqueza o dom. Religião é o método. Reuniões de oração são testemunhas desse novo tempo!
O personagem era homem importante [18], religioso [21], muito rico [23], insatisfeito [Mt 19.20], cerimonioso [Mc 19.17], jovem [Mt 19.20,22].
Jesus confrontou circunstância e homem em questão, usando três aplicações:
- 1. Confrontou o homem rico naquilo que Ele, Jesus era; na sua identidade [18-19].
O homem rico estava na frente de Jesus, falando com Jesus, ouvindo Jesus, mas não discernia quem era Jesus; e Ele era e é Deus. Ele o vê apenas como um bom mestre, um bom professor.
A maneira lisonjeira, como ele se refere a Jesus é incomum; nenhum rabino da época era tratado assim. E nem por isso receberá uma opinião, além do mandamento entregue.
Outra coisa que chama a atenção é a palavra “fazer”, usada pelo homem rico [18]; ela sugere criar, construir, formular, como escrever uma redação, poema ou livro.
Ele considera a pergunta muito importante e espera uma resposta significativa. Mas ao mesmo tempo não quer uma ordem divina que o comprometa, uma opinião, um pronunciamento ou até uma recompensa de Jesus, bastava. Uma pergunta só para se esquivar.
- 2. Confrontou o moço rico nas sobras da sua religião [20-21].
Jesus cita os mandamentos do 5º ao 9º [Ex 20.1-17]; deixa de fora os 4 primeiros que regem a relação com Deus e o 10º, que fala sobre a cobiça.
Não haverá mais uma resposta de grande mestre que acrescente uma opinião pessoal à vontade revelada de Deus. Ele conhece os mandamentos, mas não se satisfaz com eles!
Para muitos, conhecer Deus é conhecer seus mandamentos! O mandamento torna-se maior que o que manda. Era acusar Deus de tê-lo deixado na incerteza com respeito à questão decisiva da vida.
Nesse caso uma pergunta sem compromisso gerou a oportunidade para a obediência simples aos mandamentos revelados – em Jesus.
- 3. Confrontou o moço rico nas ausências da sua religião [22-23].
Ele não via mandamentos; só via a si mesmo, seus conflitos éticos. O que lhe faltava era:
a) Transformar seu passivo em ativo. Era preciso tirar toda possibilidade de fazer da vida com Deus, uma aventura ética, uma possibilidade, um acréscimo, um estilo de vida interessante, mas revogável, um complemento, acabamento, aperfeiçoamento. Em resumo, acabar com a especulação.
b) Quebrar as pontes entre o antigo e o novo. Mateus largou a coletoria, Pedro largou as redes. Abrir mão de dois modelos (antigo e novo) Abrir mão da sobra. Sobras são denuncias de injustiça.
c) Não há cristianismo de mão dupla! A regra é: vá até Ele. Ele é a explicação lógica; Ele é o filho de Deus; Ele é o caminho, Ele é a segurança, o conteúdo, o objetivo, o ideal.
d) Jesus não quer devotos, mas discípulos. Não há um cristianismo só de Deus Pai. Cristianismo sem discipulado é cristianismo sem Jesus! Não haverá desenvolvimento da fé se não seguirmos a Jesus. Pecados são produzidos por um andar solitário.