Vou para igreja!
Esta frase é repetida muitas vezes em apenas uma semana, pelos chamados cristãos. Quando dizem vou para igreja, se referem a um lugar, um templo, uma catedral, uma construção de pedras, tijolos e concreto.
Foi isso que a igreja se tornou, um lugar onde pessoas frequentam, sejam com boa ou com má intensão. Apenas um lugar!
Essa ideia é produto da falência do conceito do que seja igreja segundo seu criador quando disse: “Eu edificarei a minha igreja”. Não tenho dúvidas de que em algum momento, quando pronunciou tal frase, Jesus tenha pensado literalmente em uma construção. Esse conceito de igreja como templo de pedras é judaico, cuja ideia é a perpetuação do templo como o único lugar onde as orações feitas seriam ouvidas por Deus tornando-se assim em um lugar de controle da relação dos seres humanos com Deus.
O fato é que os “edificadores” de templos da época de Jesus o rejeitaram como a pedra principal, pois haviam construídos uma nova igreja fundamentada em seu templo, ritos e nos seus controladores da relação do homem com o divino. O que eles criaram foi algo dependente deles mesmo e que garantissem a eles um lugar de proeminência diante do povo.
Combatendo esse pensamento, Jesus conta uma parábola que mostra um homem dono de uma vinha, que depois de prepará-la, a entrega sob os cuidados de uns lavradores. Depois de um tempo volta para buscar resultados através de pessoas por ele indicadas. Seus representantes são espancados e mortos. O dono da vinha manda seu próprio filho, mas os lavradores não o reconhecem e da mesma forma que os anteriores, o espancam e o matam.
Esta parábola mostra o que foi feito da relação com o Pai. Israel era um meio para que o filho de Deus viesse ao mundo para resgatar a todos. No entanto eles criaram a sua própria religião e os seus representantes, que tomaram para si a função de edificadores, a ponto de não reconhecerem o próprio filho de Deus, enviado como o messias salvador. Uma igreja sob estes conceitos judaicos é apenas uma igreja de pedra, uma religião e nada mais.
Essa é a mesma ideia que permeia a mente de muitos líderes de hoje.
Os fariseus “os edificadores”, eram uma espécie de ante Messias, mas a sua edição pós-moderna edifica seus templos de pedra e operam como mediadores de bênçãos, de milagres, de sinais, fazendo do nome de Jesus apenas uma peça de funcionamento de toda engrenagem religiosa, trazendo ainda para si todo mérito e honra. Eles transformam a igreja em uma mera construção e as pessoas em clientes e frequentadores destes locais. A diferença dos ante Messias de ontem e os de hoje é que os de outrora queriam tirar Jesus do seu caminho, os da atualidade querem apenas usar Jesus no caminho.
Somos igreja constituída de pedras vivas ou apenas salões, galpões com uma bela obra arquitetônica?
Não! A igreja de Jesus é gente que foi transformada em pedra viva, matéria prima de construção para edificação do templo do Senhor. De forma clara Jesus afirmou que ele destruiria o templo e em três, apenas três dias, e construiria um novo, ficando evidente que não se trata mais de um templo de pedras.
“Eu edificarei a minha igreja” não se trata de uma afirmação sobre uma construção natural, não se trata de união de pedras, tijolos e cimento. Esta relacionada com a união de pedras que vive, ou seja, gente que se aproximou de Jesus e foi transformada em pedras vivas, que ao se unirem uma às outras são edificadas pelo Senhor em casa espiritual, templo de Deus.
Não somos igrejas de pedra somos pedras vivas!
Somos pedras vivas porque nos aproximamos de Jesus, porque provamos que o Senhor é bom. Porque desejamos a palavra de Deus como uma criança deseja o leite de sua mãe. Como pedras vivas mesmo reprovadas pelos homens e seu sistema, somos eleitos e preciosos para Deus.
Qualquer coisa que passar disso é apenas igreja de pedra, nada mais.
Tomaz de Aquino
facebook.com/pastortomaz
São Luis,
22/04/16