Esse é um quadro de um famoso programa de televisão onde são apresentadas as mais diversas e divertidas soluções para os grandes problemas da vida e muitas vezes para os bobos e alguns insolúveis. Vai de uma solução para o simples problema de um fétido pum a soluções mirabolantes para o relacionamento com as sogras.
O que mais me intriga é a semelhança das soluções do marketing eclesiástico para os problemas comuns da vida.
Uma doença pode ser resolvida com um copo d’água. Um mal qualquer pode ser atribuído a um encosto para exorcistas de plantão resolver. A dor passa a ser necessariamente uma obra de demônios enquanto que o prazer sempre será algo vindo de Deus. A miséria pode ser resolvida com uma oferta. A riqueza pode chegar através de gordas dádivas. O pedir um simples carnê já torna uma pessoa mais que vencedor. Que carnê poderoso!
Algumas “igrejas” têm uma visão materialista e humanista da vida e se comportam como uma verdadeira organização Tabajaras apresentando solução para todos os problemas da vida. Um pouco de óleo de Israel cura todo mal, enquanto que a água do rio Jordão se torna uma espécie de água benta trazendo todo tipo de bênçãos. Passar debaixo de um manto lhe garante uma nova unção, assim como se tornar um assíduo contribuinte de um determinado ministério lhe agregada propriedades que como ima atraem riquezas e propriedade.
Aonde chegaremos?
Chegaremos a obrigar Deus a fazer o que queremos através das nossas doações às igrejas, a pastores e mesmo a obras missionárias transculturais.
A salvação voltará a ser pelas indulgências? Não estamos longe disso.
É mais fácil encarar os problemas da vida, como sendo culpa do diabo e, portanto tendo suas soluções espirituais, do que aceitar que somos os únicos responsáveis por administramos tanto a terra como a nossa vida segundo nossas próprias verdades e vontades.
Vale lembrar o que G.K. Chesterton disse: “Deus havia escrito, não um poema, mas uma peça; uma peça que ele planejara perfeita, mas que fora necessariamente deixada para os atores humanos e para os diretores de cena, os quais, desde então, deturparam-na completamente”.
A igreja é simplesmente coluna e baluarte da verdade. Ela não tem a função de dar solução para os diversos problemas da vida, sejam aqueles relativos à dor ou ao prazer. Ela deve ser o sustentáculo da verdade de Deus ao mundo, nada mais, nada menos.
Nem o próprio Jesus se apresentou como o solucionador de todas as dificuldades, ele disse que o mundo nos daria muitas aflições. A lição é clara: aflições fazem parte da vida, mesmo daqueles que não querem que seja assim.
O desafio hoje é trazer a igreja de volta ao seu propósito original, ou seja, glorificar a Deus cumprindo a obra que lhe foi entregue – SER COLUNA E BALUARTE DA VERDADE.
É desse jeito!
Tomaz de Aquino
facebook.com/pastortomaz
São Luis,
05/05/16