O saber/conhecimento sempre foi e será o grande anseio da humanidade. Todo conhecimento que produz benefícios para a humanidade é saudável. O problema não está no conhecer, mas o que fazemos com o que conhecemos. Quem faz do conhecimento seu único propósito de vida se torna escravo do que sabe. Foi o desejo exacerbado de conhecer o desconhecido que levaram Adão e Eva a desobedecerem a Deus. Eva comeu do fruto da árvore, porque era desejável para dar entendimento (Gn3:6).
O processo natural da vida envolve a prática do saber. Porém, o saber por si só, não significa grandes coisas. O conhecimento sem a prática e sem o envolvimento com o que se sabe, é pura informação acumulada, que não produz transformação na vida.
No texto de Marcos 8:27-29 mostra que os discípulos tinham o conhecimento de quem era Jesus, mas precisavam de um envolvimento maior com Aquele que diziam conhecer. Só com este conhecimento eles jamais experimentariam a verdade que os libertaria. Foi necessário algo maior do que o simples conhecer quem era Jesus (Os demônios reconheceram Jesus).
Por isso, logo em seguida (Marcos 9:2-9), Jesus levou Pedro, Tiago e João para terem uma experiência de intimidade e envolvimento maior com o que eles já sabiam sobre Jesus: Tu és o Cristo. O Filho do Deus vivo. Jesus queria que o conhecimento que eles tinham sobre Ele, se tornasse uma verdade e uma razão de viver, e não apenas um conhecimento racional/mental.
É na com intimidade com Cristo, por meio da Palavra e oração, que:
- Tem-se uma maior compreensão da divindade Dele. Pedro, Tiago e João precisavam de uma revelação maior da divindade de Cristo, para darem continuidade ao ministério Dele, como principais líderes da igreja.
- Tornamos-nos sensíveis á voz Dele. Então a vontade Dele em nossa vida passa a prevalecer sobre as leis e profecias do Antigo Testamento. Jesus sabia que eles seriam muito pressionados pelas tradições e leis judaicas. Moisés e Elias representavam a Lei e os Profetas, mas agora a voz que prevalece é “Ouçam-no”. Agora, Jesus é o novo e vivo caminho, que substitui o antigo; Ele é o cumprimento da lei e dos profetas. Em Cristo nada mais é limitado por formas e estruturas humanas (v.4).
- A partir de Cristo, nada tem mais valor do que os seus ensinamentos. Sua palavra é o padrão de medida e validade de todas as coisas. Até mesmo as coisas escritas depois de Cristo, devem ser mensuradas a partir da interpretação das palavras de Cristo.
- Somos marcados por experiências que nos ajudarão a testemunhar do seu poder com mais ousadia. (II Pe.1:16-18). João disse: “Vimos a sua glória como do unigênito do Pai”.
- Os momentos especiais e sobrenaturais com Jesus servem para nos dá uma percepção e compreensão maior do poder de Deus em nossas vidas e de como lidar com aquilo que Ele nos chama para realizar no Reino.
Conclusão: Só conhecemos de verdade alguém á medida que nos envolvemos com esta pessoa. O conhecimento sem o envolvimento, só produz relacionamento superficial. Jó tinha um conhecimento raso de Deus, mas à medida que se envolveu com Ele foi que o conheceu de verdade. É na intimidade que nos tornamos de fato amigos (Jo.15:15).
“A intimidade do SENHOR é para aqueles que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.” (Salmo 25. 14).