Esta é a mais longa oração de Jesus registrada na Bíblia. Uma oração feita após uma triste revelação para os discípulos: A volta de Jesus ao Pai e a dispersão dos discípulos (Jo.28,32). Esta oração de Jesus por todos os seus discípulos foi uma intensa súplica a Deus pela unidade deles (Jo.17:20,21).
A força da unidade dos filhos de Deus é algo incalculável, tanto no mundo visível como no mundo espiritual. Quando Deus criou o homem Ele mesmo disse: “Não é bom que o homem esteja só”. Ele deixou claro que a unidade destrói o isolamento, individualismo, a solidão e supre necessidades.
Unidade para Deus não significa sermos idênticos em tudo que é visível, ou até mesmo na forma como fazemos as coisas. Não significa pertencermos à mesma igreja local, denominação evangélica, raça ou classe social. Não significa acreditarmos cem por cento no que o outro acredita. Nem sempre fazer ou acreditar nas mesmas coisas significa que há unidade. Ser “UM” para Deus tem a ver prioritariamente com a natureza interior daqueles que si dizem um. É antes de tudo, ser semelhante na essência e na natureza Daquele que produz a verdadeira unidade, Jesus!
Quando formos “um” primeiramente com Jesus, aí sim viveremos a verdadeira unidade como irmãos. Tudo parte do que somos em Deus, e só depois a nossa unidade se manifestará de fato e na prática o que somos e temos como corpo de Cristo.
A unidade da igreja é um milagre que o mundo de hoje ainda não viu. Para isto acontecer é necessário que as barreiras internas e externas sejam destruídas. É fundamental entender o que o apóstolo Paulo disse aos Gálatas: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, nem homem nem mulher; pois todos são um em Cristo” (Gl.3:28). A base da nossa unidade está em sermos e termos: Um só corpo e um só Espírito; uma só esperança; um só Senhor; uma só fé; um só batismo; um só Deus e Pai de todos (Ef.4:3-6).
Como igreja, quando podemos dizer que somos um?
Quando primeiro estivermos unidos com Jesus (v.21b,23a). “Que eles também estejam em nós”. É estar primeiro em Deus e não na religião, no templo, no ministério, etc.
Quando vivenciarmos a mesma natureza de Jesus: Santa (v.17-19). Isto só é possível através de um viver na dependência plena de Jesus. Ex. “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl.2:20). “Pensai nas coisas lado alto, e não nas que são aqui da terra” (Cl.3:20). É vivermos com a consciência do que verdadeiramente somos na terra: Sal que conserva; luz que ilumina; fermento que influencia e trigo que não se exclui e nem se isola, mas à medida que cresce com Cristo é reconhecido como filho de Deus.
Quando somente Jesus for glorificado através da nossa unidade: “… E eu tenho sido glorificado por meio deles” (v.10).
Quando estivermos unidos para alcançarmos o propósito maior: “A fim de que o mundo saiba que Jesus foi enviado” (v.21 -23). Esta é a única unidade que pode transformar o mundo.
Quando a nossa unidade for semelhante à mesma unidade de Jesus com o Pai. “… para que sejam um, assim como somos um” (v.11, 22b).
Quando a nossa unidade for firmada no amor a Deus, que é manifestada no amor prático ao próximo (v.26). Mc.12:28-34 / I Jo.3:16-18.
O reflexo da unidade dos filhos de Deus no mundo evidencia tão somente o perfeito projeto de Deus para sua igreja e para o mundo.
* Comunhão plena da criatura com o Criador, produzindo intimidade e relacionamento paternal.
* Vida eterna e abundante para todos os homens.
* Vida comunitária em que prevalece a prática do amor sincero; igualdade de direitos e deveres; proteção e segurança; cura e libertação; força triplicada para vencer as lutas da vida; alívio e descanso.
* Expressão da presença real de Deus na terra: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, pra que vejam as suas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus (Mt.5:16).