(Rt. 1: 1-22)
A história do livro de Rute é o relato da força do vínculo de relacionamento entre duas pessoas. O amor de Rute por Noemi superou a crise da perda dos familiares, superou as barreiras do patriotismo, dos costumes religiosos, das crenças, das diferenças pessoais, etc.
Muitas vezes observamos que as pessoas de dentro da igreja, estão vinculadas não pelo amor, mas pela bandeira institucional ou pelo ministério/atividade que exerce dentro da instituição religiosa. Na verdade não há vínculo de relacionamento, mas apenas encontros marcados com pessoas que fazem a mesma coisa que fazemos e que atende os nossos interesses. Esquecemos que um relacionamento forte, saudável, produtivo e impactante é aquele sustentado pelo amor: “Amai-vos uns aos outros, como Cristo vos amou”.
O que estava embutido na força do relacionamento de Rute com Noemi? O que compunha este vínculo, a ponto de nada separá-las?
- Uma relação sustentada na lealdade (v.6-9). Para o povo de Israel a questão de deixar descendentes na família, era algo especial. A falta de um descendente era visto como algo terrível, pois deixaria de haver continuidade daquela família. Para Rute nada mais a prendia a Noemi, exceto o amor leal. O que nos prende uns aos outros? A bandeira institucional? A prática ministerial?
- Uma relação em que a escolha de servir a Deus é pessoal e não por coação (v.14,15). Em nenhum momento Noemi exigiu que Rute adorasse o seu Deus, para permanecer com ela. Noemi apenas demonstrou amor se preocupando com a vida futura de suas noras. O amor de Noemi é que fez Rute permanecer com o Deus verdadeiro.
- Uma relação que vai além do patriotismo, ou seja, além do espaço territorial de existência (v.14-16). Vivemos numa sociedade de grupos fechados (famílias, igrejas, etc.). Cada grupo vivendo em guetos e defendendo sua ilha. Deus disse: “Não é bom que o homem viva só”. “Farei com que o solitário viva em família”.
- Uma relação que o amor era evidenciado por meio de ações de cuidado e não de abando (Rt.2:11,19). Rute trabalhava para sustentar sua sogra.
- Uma relação em que a lembrança/memória da vida de uma pessoa é preservada da melhor forma (Rt.4:9,10). Quem ama preserva a imagem e não expõe a pessoa amada.
- Uma relação em que o amor não estava atrelado a ser da mesma família genética (Rt.4:14,15). Ter o mesmo sangue não era fator determinante para amar e cuidar. Uma vez disseram pra Jesus que sua família estava procurando por ele, e ele disse: Minha família são aqueles que fazem a vontade de meu Pai. O amor de Cristo extrapola o ambiente familiar.
- Uma relação em que o amor se reflete em outras gerações (Rt.4:16). O amor que more com a gente, não é amor de verdade; é apenas um sentimento possessível e egoísta. “O amor nunca perece, mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará” (I Co.13:8).
Qual tipo de vínculo com as pessoas tem se vivido dentro e fora da igreja? Nossos relacionamentos refletem um amor sincero, que vai refletir a vida de Cristo em nós?