(Mc. 7:1-23)
No domingo passado foi estampada em nosso rosto a incoerência na política brasileira. Nunca se viu tanta gente falando em nome de Deus numa câmara de deputados, mas com a vida comprometida com processos e acusações. Não me refiro ao voto em si, mas a incoerência da vida dos que evocaram o nome de Deus.
Mas está longe de ser um privilegio só dos políticos a incoerência. Ela está arraigada no homem comum, nos religiosos, ou mesmo nos que se denominam cristãos ou evangélicos.
Os nossos dias também se caracterizam por incoerência dentro das nossas próprias igrejas.
Temos um discurso belo, mas uma prática sofrível.
Dizemos crer no que não queremos esperar – Temos pressa.
Dizemos crer no que não queremos viver – Perdoar, amar é muito difícil.
Na verdade queremos que o resultado da vida seja proveniente do discurso e não do viver.
Jesus nunca suportou a incoerência.
Toda reprovação de Jesus era dirigida a homens que propagavam um estilo de vida, mas na pratica o faziam de outra forma – não havia correspondência entre a vida e a fala. Os fariseus eram homens da lei, eram dados a exterioridades: as mãos tinham que serem limpas antes de comerem como um ritual religioso.
Jesus usando o profeta Isaias mostrou a incoerência deles:
Honram com os lábios
Sabem falar a respeito, mas não sabem ser testemunhas.
Sabem cantar, mas não vivem o que cantam.
Sabem pregar, mas não vivem o que pregam.
Sabem orar, mas não vivem o que oram.
Acertar não é saber o certo é fazer certo.
O coração esta longe – não há correspondência entre o cérebro e o coração.
Sua adoração é apenas regras ensinadas por homens (teologismos, doutrinismo).
É um jeito de adorar: de costa, uivando, levantando as mãos.
É um jeito de falar – voz empostada, palavras do evangeliquez
É um jeito de orar – regras de oração e não derramar da alma.
A incoerência nega os mandamento e privilegia as tradições (v,8,9..)
Eles davam dízimos de tudo, mas negligenciavam a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
A incoerência está em quem consome religião: jejuns, purificações, campanhas, ofertas.
A coerência se instala quando entendemos que o que contamina é o que sai e não o que entra (v,15).
O que sai esta enraizado no ser (v,20). O que entra pode ser ocasional, temporário, circunstancial.
A coerência está em dar-se no viver como crê.