(Mateus 15:21-28 / Marcos 7:24-30 / Isaías 59:1,2)
Esta história na verdade é a realidade vivida pela maioria das pessoas, quando no momento de desespero recorrem a Deus. Na maioria das vezes usamos nossos problemas como álibi/pretexto para comover Deus a agir a nosso favor. Nossa relação com Deus se torna uma relação de troca de favores, e não uma relação de intimidade, fé e dependência Dele, a despeito dos problemas.
Esta mulher enfrentou duas barreiras: O silêncio do único que podia ajudá-la e a resistência, indiferença e atrapalho daqueles que caminhavam com Jesus.
O silêncio de Deus mexe bastante com as bases da nossa crença: Deus é amor, misericordioso, pode todas as coisas, não faz acepção de pessoas, etc. É difícil para nós, não ver o agir e a justiça de Deus imediata diante de tanta injustiça.
A indiferença e exclusividade dos cristãos mexem com a realidade de que a Igreja é de fato o meio de Deus falar e agir no mundo. Neste caso a igreja é quem sufoca/abafa a voz de Deus no mundo.
O que devemos fazer diante destas duas barreiras:
- Corrigir o entendimento de que o silêncio de Deus não tem a ver com a soberania e poder Dele, mas com a gente mesmo: “Deus não é surdo, nem sua mão está encolhida para aqueles que o buscam…”. (Isaías 59:1,2,10). Não é Deus que deixa de ouvir a gente, são as nossas atitudes e pecados que nos impedem de ouvir Deus. Sem problemas ignoramos a Deus, porque não nos interessa ouvir Deus, se não temos problemas. Queremos usar Deus como bola de cristal e salvador da pátria. Jesus não quer que o ouçamos a partir dos nossos problemas, mas pela fé e convicção de quem Ele é: O Cristo; o filho do Deus vivo.
- Desejar ouvir Jesus motivado pela fé que nos aproxima tão somente Dele, pra vivermos do modo de viver Dele. Jesus se esconde em uma casa, porque não queria ser encontrado ou percebido apenas de maneira intelectualizada/racionalizada, mas pela fé (Mc.7:24).
- Buscar a Cristo com atitude de humildade (Mc.7:25). Reconhecer que não somos merecedores, e que o agir Dele por nós é por pura misericórdia e amor. Ela foi comparada com cachorro, e nem assim desistiu de crê, porque reconhecia seu estado pecaminoso. Humildade que anula o egoísmo, porque incluiu o desejo de ver o bem do outro.
- Mesmo diante do silêncio de Deus, continuarmos crendo no poder que há Nele. Aquela mulher teve uma fé maravilhosa, porque diante de um grande problema, sabia que o mínimo do poder de Cristo era suficiente para realizar o muito em sua vida. “O pouco com Deus é muito, mas o muito sem Deus é nada”. Uma grande fé não é demonstrada pelo tamanho da benção, mas pela certeza de que foi Deus quem fez.
Conclusão: Que nunca esmoreçamos na fé diante do aparente silêncio de Deus, porque Ele pode querer ver a nossa persistência em buscá-lo de todo coração. Que nunca sejamos discípulos que sufoca e destorce a voz de Deus no mundo, mas que a luz Dele brilhe em nós, de tal modo que o mundo veja nossas obras e glorifique o Pai que está nos céus (Mt.5:16).