Na carta à igreja de Roma, Paulo fala sobre a salvação de Israel já que sua ênfase era a salvação dos gentios. A gestão que estava sendo levantada era se haveria salvação para os judeus já que haviam rejeitado a Jesus como o messias de Deus.
Primeiramente ele introduz o tema da soberania de Deus (Rm.9).
Paulo inicia o capitulo desejando com todas as suas força que os judeus sejam salvos. Depois afirma que nem todos são filhos de Deus. Logo em seguida d eixa clara a soberania de Deus afirmando que Deus faz o que quer e como quer; tem misericórdia de quem quer e terá compaixão também de quem quiser (Rm.9:15), e que isso não depende do esforço humano, mas da misericórdia de Deus (v,16).
No capitulo 10 afirma que todos que em Deus confiam jamais serão envergonhados e que não há diferença entre judeus e gentios e que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (10:11-13).
Ele conclui sua exposição sobre o que Deus fará com Israel dizendo que: “todo Israel será salvo” (Rm.11:25,26). O apostolo Paulo explica isso de forma que, ao meu ver, fica mais incompreensível: “pois Deus colocou todos sob a desobediência, para exercer misericórdia para com todos” (11:32).
Ai ficou confuso:
Ora Paulo diz que Deus faz uns vasos para honra e outros para desonra. Outra hora diz que se os de Israel não continuarem na incredulidade serão salvos. Em outro momento diz que a salvação não depende de esforço humano, mas sim da misericórdia de Deus (Rm.9:16).
Por fim, colocando mais lenha na fogueira, afirma que Deus colocou todos sob a desobediência a fim de exercer misericórdia a todos.
Paulo, creio, achando muito confuso e sem capacidade de explicar quem é Deus, lança mão de uma linguagem poética e expõe de maneira maravilhosa nossa impossibilidade de compreender que é Deus na sua totalidade e como faz isto e aquilo (Rm.11:33-36).
Esta poesia mostra que é impossível fazer afirmações taxativas sobre Deus.
– insondáveis são os seus juízos,
– inescrutáveis os seus caminhos,
Como um ser finito pode fazer afirmações sobre um ser infinito?
Fazer afirmações taxativas sobre Deus é prepotência ou mera pretensão teológica.
A teologia é arrogante porque pretende explicar Deus, pretende domar Deus.
A teologia que acredito é “aproximação de Deus em oração”. É como disse o Brennam: “Fé em busca de conhecimento”.
Rubem Alves escreveu: “A teologia é uma brincadeira, parecida com o jogo encantado das contas de vidro que Hermann Hesse descreveu, algo que se faz por puro prazer, sabendo que Deus está muito além de nossas tramas verbais.
Teologia não é rede que se teça para apanhar Deus em suas malhas, porque Deus não é peixe, mas Vento que não se pode segurar…
Teologia é rede que tecemos para nós mesmos, para nela deitar nosso corpo. Ela não vale pela verdade que possa dizer sobre Deus (seria necessário que fôssemos deuses para verificar tal verdade); ela vale pelo bem que faz à nossa carne.”
A mente de Deus é impossível de ser compreendida
Deus não pode ser compreendido na sua totalidade por qualquer ser humano, senão esse que o compreendeu pelo menos se iguala a Ele.
Não podemos compreender completamente Deus, pois se assim fosse possível, Ele não seria Deus, mas apenas um ídolo, que é um deus compreendido e consequentemente controlado.
Somente o Espirito de Deus pode esquadrinhar a mente do Senhor (1 Co.2:10,11).
Então como a Bíblia nos incentiva a conhecer a Deus? Como fazê-lo?
Tudo que é possível ver e saber sobre Deus, está revelado em Jesus. Ele é a exata expressão de Deus.
Ele mesmo disse: “Vinde a mim vós que estás cansados e abatidos e eu vos aliviarei”.
O povo estava cansado e abatido por tantas ideias, leis, regras, rituais que tentavam falar sobre Deus.
Jesus continua dizendo: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração”.
O jugo de Jesus é o seu ensino, seus mandamentos.
No entanto, nós transformamos a vida com Jesus em uma religião cheia de normas, regras, rituais. Criamos um sistema que rotinizou a fé em Jesus e criou assim barreiras dificultando para que outros cheguem perto. Nos tornamos místicos, super espirituais querendo aparentar ser mais que humanos.
Jesus diz: “O meu jugo é suava e meu fardo é leve”.
O que Jesus queria e quer, é que sejamos apenas gente como ele foi, vivendo no meio de gente, se relacionando uns com os outros com base no amor. Apenas isso.
Abandonemos nossos achismo sobre o que Deus pensa, como Ele fará no final de tudo, como ele trata esta e aquela pessoa, este e aquele procedimento.
Lembre: todas as coisas são dele e para ele.
Vamos andar no que Jesus nos ensinou – amar a Deus acima de todas as coisas, ao próximo como a nós mesmos e aos irmãos como Jesus nos amou.
Isto é tudo que queremos ser e viver. Apenas isso. Simples assim!