A metáfora do corpo de Cristo empregada por Paulo foi confundida com uma grande estrutura institucional, uma engrenagem religiosa com seus rituais e práticas consagradas como divinas, mas também foi confundida com um sistema de arrecadação e promoção de status e hierarquias.
Com essa ideia, a igreja passou a ser representada por uma multidão reunida e algumas delas em alaridos e frenesi. Passou a ser representada por líderes narcisistas e megalomaníacos que, em busca dos seus sonhos e visões não medem esforços, usando quaisquer meios, desde que cumpram os seus fins desejados, que a maioria das vezes são apresentados aos seus incautos seguidores como sendo tudo “para glória de deus”.
No entanto, a ideia do corpo de Cristo era somente uma analogia ao modo de viver de Jesus na terra. O corpo de Cristo é assim definido apenas para representar pessoas dirigidas por Cristo andando sobre a terra como Cristo andou e vivendo como Cristo viveu. Não seria somente uma multidão, mas também quando dois ou três estivessem juntos em qualquer lugar, desde que a reunião fosse em nome de Jesus. Somente isso!
Mas o corpo de Cristo foi transformado numa engrenagem de manipulação econômica financeira, um agente de fomento de status fazendo com que membros desse corpo atribuam para si maiores privilégios em detrimento dos demais, se fazendo superiores e mais necessários. Pior! Reduzindo a igreja em uma estrutura, a um sistema, levamos as pessoas a buscarem uma espiritualidade consumista em vez de negar a si mesmo como é a proposta do evangelho.
Jesus, porém disse: “entre vós não será assim”- Um não governará sobre o outro, o maior será sempre o menor e o primeiro será o último.
A verdade é que a igreja, o corpo de Cristo é além de coluna e baluarte da verdade, é apenas um grupo de pessoas, homens e mulheres que se reúnem para adorar, se fortalecerem e depois ser sal da terra e luz do mundo.
Só isso! Nada mais!
É desse jeito.
Tomaz de Aquino