Por que Jesus veio ao mundo?
Este texto contém uma síntese do evangelho de Jesus: “Não vim chamar justos, mas pecadores” – aqueles que sabem que têm em si mesmo não há bem nenhum, aquele que reconhece que é o principal dos pecadores, aqueles dizem a Deus: “o meu pecado está sempre diante de ti” – pecadores que sabem que nada merecem, mas que desejam profundamente serem perdoados.
As palavras de Jesus foram dirigidas aos fariseus cheios de auto-justiça, que à semelhança de muitos dos nossos dias, pensavam ser justos sem a menor carência espiritual. A verdade é que, a não ser que uma pessoa saiba que tem um problema incurável, o pecado, não dará importância a Jesus e a seu evangelho.
O chamado de Mateus
Ele era um publicano, um pecador e inimigo aos olhos dos judeus.
Segundo o padrão da época ele era um dos piores um dos mais miseráveis de Cafarnaum. Ele era considerado um traidor por cobrar impostos para o inimigo por isso era considerado um herege, um apostata, um renegado. Os publicanos eram tão desprezados que eram proibidos de entrarem em uma sinagoga, eram considerados animais imundos, eram como porcos. Não podiam servir de testemunhas em qualquer caso, pois não eram de confiança, era considerados mentirosos, ladrões e assassinos.
Mateus era um pecador escancarado
Ele ostentava ser publicano. Enquanto alguns publicanos pagavam pessoas para fazer o serviço de cobrança, Mateus era quem sentava no seu posto para cobrar o imposto. A tradição rabínica dizia que um homem como Mateus era impossível arrepender-se.
Jesus vai a esse homem e o chama para ser seu discípulo
As palavras de Jesus foram apenas: “Segue-me”. Atitude de Mateus foi: “Deixou tudo e seguiu”. Mateus foi talvez o discípulo que pagou o preço mais alto por deixar tudo e seguir a Jesus. Qualquer outra profissão que fosse abandonada poderia ser retomada, mas quem era publicano teria seu posto ocupado imediatamente por outro, portanto não tinha mais volta.
Mateus não resiste ser valorizado, aceito e amado por Jesus mesmo sendo um publicano odiado – deixando tudo o seguiu.
Mateus oferece um banquete e convida seus amigos para conhecerem Jesus.
Quem eram os amigos de Mateus? Nenhuma pessoa respeitável estaria ali, pois desprezavam Mateus. Ali compareceram os seus amigos: ladrões, blasfemadores, prostitutas, espertalhões, vigaristas, outros publicanos – escórias da sociedade.
Os religiosos entendiam que Jesus não deveria aceitar tal convite e estar com gente desse tipo. Mas o modo de agir de Jesus não era e nem é esse, por isso foi chamado de “amigo de publicanos e pecadores”.
“Por que o mestre de vocês come com publicanos e pecadores?”.
Os fariseus ficaram de fora esperando e não confrontaram diretamente a Jesus e sim a seus discípulos. A resposta de Jesus é a resposta do evangelho:
1. Pecadores a enfermos que precisam de médicos.
Assim como pra época esperava-se que os médicos visitassem os doentes, um perdoador também deveria procurar quem precisava de perdão – um pecador.
Se vocês são tão capazes de diagnosticá-los como pecadores, por que não podem curá-los? Vocês são médicos que apenas fazem diagnósticos?
Jesus denuncia os fariseus como religiosos capazes de taxar pessoas como pecadores sem, no entanto estarem dispostos a ajudá-los a saírem dessa condição.
2. Manda os fariseus de volta à lei – “Vão aprender o que significa isto: “Misericórdia quero e não sacrifício”
Jesus não está interessado em rituais. Os fariseus eram excelentes ritualistas, mas sem nenhum amor pelos pecadores. Quando o coração não é reto, o ritual se constitui abominação diante de Deus.
A igreja precisa voltar ao evangelho e aprender “misericórdia quero e não sacrifício”.
3. Jesus deixa claro que o chamado não é para justos e sim para pecadores.
É como se dissesse: como vocês se auto-avaliam justos, não tenho nada a dizer pra vocês, pois vim para os que são pecadores. Enquanto uma pessoa não se reconhece pecadora, não receberá em si o evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo o que crê.