Diante do caos social, religioso, familiar, moral e político, em que passamos, qual deveria ser a nossa postura como cristãos e como Igreja de Cristo? Vivemos um momento delicado e desafiador para os seguidores de Cristo.
Uma das coisas que mais impressiona e impacta os cristãos desta geração são os testemunhos de grandeza numérica. Até mesmo quando falamos dos milagres realizados por Jesus no Novo Testamento, a quantidade dos resultados do milagre é dito em um tom maior de expressão. Quanto maior o efeito externo do milagre, maior o alvoroço, maior o alarido, maior a repercussão na mídia. A bola da vez agora é a discussão e até agressão dos internautas, defendendo suas crenças e ideologias.
Nos dias de hoje uma igreja é admirada principalmente pela quantidade de membros arrolados, pela suntuosidade arquitetônica do Templo, pelo nível de poder financeiro que circula entre os fiéis, pelo grau de penetração na mídia e nos meios de comunicação, e pelas experiências sobrenaturais expostas pelos seus líderes. Pouco se fala das transformações internas do coração e da mente, que geram um modo de viver semelhante ao de Cristo.
Observações sobre a Igreja de Filadélfia:
Era a menor das sete Igrejas da Ásia.
Uma Igreja que tinha pouca força. Era fraca em função do seu tamanho.
O nome Filadélfia foi expressão de vínculo de amor entre dois irmãos: Eumenes II e Átalo II (Chamado de Filadelfo e que era rei de Pérgamo).
Uma Igreja que estava sob pressão constante de pessoas que viviam oprimidas por Satanás, e que se tornaram fingidas, mentirosas e insensíveis ao amor de Deus (v.9).
Primeiro Jesus se apresenta àquela igreja como Aquele que é: Santo e Verdadeiro
Santo: A relação de Jesus com aqueles cristãos começa com o desafio de testemunhar e abraçar Aquele que é separado, não misturado, mas ligado permanentemente a Deus; que é completamente dedicado ao Pai, porque vive para fazer a vontade do Pai. “A minha comida e a minha bebida é fazer a vontade de meu Pai”. O testemunho que Deus espera de sua igreja é de uma igreja que sempre está presente, sempre é vista, mas nunca se deixa contaminar, se misturar, com o que é impuro, porque tem o dna daquele que é Santo. Infelizmente misturamos e nivelamos Jesus com coisas desprezíveis, profanas, fúteis: Quando usamos o Seu nome para sustentar a posição de poder e grandeza humana. Não conseguimos fazer as pessoas se encantarem com Cristo porque colocamos o seu valor abaixo das coisas visíveis e passageiras.
Verdadeiro: A relação de Jesus com aqueles cristãos era para testemunhar sobre Aquele que é real, genuíno, autêntico, que não falha, que é confiável porque é fiel (II Tm.2:11-13). O testemunho que Deus espera de sua igreja é de uma igreja que ama e proclama a verdade e somente a verdade: Jesus Cristo. O que se vê hoje é o engano, a mentira sendo vendida como sendo a verdade: Se vende objetos em troca da uma suposta prosperidade financeira. Oferece-se uma teologia falsa em troca de uma enganosa proteção ou cobertura espiritual.
Jesus se diz conhecedor das obras daquela igreja por isto revela suas qualidades:
Uma Igreja que guardava a palavra de Jesus: De exortação à perseverança (v.8,10). Era uma igreja fraca por causa do tamanho, mas manteve-se fiel e não negociou sua consciência na palavra de Deus com ensinos malignos. Manteve sua integridade nos princípios da Palavra. Perseverou com Deus até o fim.
Uma Igreja que não negava o nome de Deus (v.8b). Não colocou nenhum outro nome acima do nome de Deus. Hoje tem muito nome acima do nome de Deus dentro das igrejas: A denominação, o nome da igreja, o anjo da igreja, o apóstolo, o bispo, o pastor, a visão da igreja, o estatuto da igreja, etc. Esta igreja não fez conchavo, aliança, com o sistema mundano e maligno, expondo o nome de Deus à vergonha. Hoje se suja o nome de Deus por causa de um partido político. Por causa de uma briga partidária se defende o nome de um homem público sem mesmo considerar os meios que o levou a está naquele cargo. A obediência em testemunhar do nome de Deus estava acima de tudo. Uma igreja que estava muito mais interessada em viver e testemunhar dos princípios de Deus do que se defender de acusações.
O que Deus prometeu para aquela Igreja:
Na carta dirigida à Igreja de Filadélfia (e também de Esmirna) não há nenhuma advertência deixada por Jesus. Uma igreja cujo testemunho agradou a Deus.
Uma igreja que seria conhecida como lugar do amor de Deus (v.9). Assim é que Deus quer que sejamos percebidos. “A vivência do amor realiza o testemunho”. Um testemunho que atrai os inimigos não para serem destruídos, mas para que mudem a consciência e abracem o amor de Deus.
Seria guardada na hora da provação (v.10).
Será coluna no santuário (presença) de Deus (v.12). Coluna que ajuda a segurar a estrutura. Que serve de suporte para o que está fraco. Que ajuda a levantar o que está caído.
Gravarei sobre a Igreja o nome do meu Deus. Marca definitiva de pertencimento, cidadania celestial, identificação de plena intimidade familiar. Uma igreja que na sua identidade o nome de Deus se sobressai: “Se o meu povo que se chama pelo meu Nome…”.