(Lucas 13:1-9)
Muitas vezes, diante das tragédias da vida, duvidamos da soberania e do amor de Deus. Por vivenciarmos tantos sofrimentos,fica difícil ver os dois lados da moeda, ou seja:Crer que Deus é tanto poderoso como amoroso. Perguntamos para nós mesmos: Onde está Deus nisso tudo? Porque Deus não interfere diante de tanta desgraça? (Habacuque 1:1-4 / Salomão – Ecl.4:1-3; 9:11).
No texto Jesus foi confrontado com perguntas relativas a duas tragédias que ocorreram em seus dias:
- A primeira tragédia foi obra da maldade humana. Um ato bárbaro determinado por Pilatos. Uma chacina de judeus da Galileia que ofereciam sacrifícios a Deus, possivelmente durante as celebrações da Páscoa. As pessoas questionavam Jesus: Se eram pessoas piedosas, religiosas, Deus deveria protege-la?Se eram perversas e mais pecadoras, então esse foi o juízo de Deus para elas? Hoje: Atentados terroristas, assassinatos bárbaros, violências, vinganças, etc.
- A segunda foi uma tragédia natural.(18 pessoas foram soterradas pela queda de uma torre. As pessoas pesavam que isto aconteceu porque elas eram as piores pessoas que viviam em Jerusalém). Hoje: Tsunamis, terremotos, enchentes, secas, doenças incuráveis, epidemias,etc.
Mas, como Jesus se comportou diante destas questões?
Jesus percebe o que está nos corações daqueles que lhes contavam as tragédias. Não havia consciência do estado pecaminoso da humanidade; só havia condenação à atitude do outro e ao descaso de Deus (v.2,4). Deus sabe o que está por detrás dos nossos questionamentos.
Jesus não se prende às tragédias externas/visíveis, mas à pior tragédia que é aquela que está no coração dos homens (dos que sabem das tragédias) e que os leva para morte eterna: A falta de arrependimento e de mudança de atitude em relação a Deus, e em relação ao próximo(v.3,5). Jesus queria que, diante das tragédias, seus inquiridores olhassem para dentro de si mesmo. (Davi disse: em pecado me concebeu minha mãe. Paulo: Eu sei que o mal habita em mim. O Publicano: Senhor eu sou pecador, tem misericórdia de mim. Pedro: Senhor afasta-te de mim…).
Jesus mostra que toda tragédia/morte resulta de uma ou outra formado pecado, da rebelião do homem, ratificando assim Gn.2:17 “No dia em que comerdes certamente morrerás”. Todos merecemos morrer, porque o salário do pecado é a morte (Ro.6:23).
Ele deixa claro que não há espaço para nossa superioridade moral e arrogância que manifestamos quando algo terrível acontece com os outros. Ele espera de nós humildade para admitirmos que todos somos pecadores, em vez de dizermos: Bem feito pelo que tu fizeste!Está colhendo o que semeaste de ruim!
Para Jesus as tragédias deveriam ser uma ocasião para nos chamar ao arrependimento pessoal e nos voltarmos para Deus, e não motivo de discussões filosóficas sobre a bondade e soberania Divina.
Nas tragédias precisamos ser servos úteis nas mãos de Deus para que aqueles que não foram atingidos pela tragédia se voltem para Deus (v.8).
Diante das tragédias, Jesus quer ver frutos/sinais de arrependimento em nós(v. 6-9).
A figueira representa o homem pecador que manifesta frutos de arrependimento. A vinha representa o Reino de Deus na Terra (mundo corrompido e cheio de tragédias), que se manifesta pelos frutos da videira verdadeira que é Jesus. Deus tira a figueira do mundo perdido e coloca no Reino do Filho do seu amor, que é vinha. A figueira uma vez na vinha, precisa ser útil para Deus e para o mundo.
Exemplos de figueiras úteis diante das tragédias: O amor de Abraão diante da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn.18). A fé do Centurião de cafarnaum (Mt.8). A compaixão dos amigos do paralítico de Cafarnaum (Mc.2). A perseverança da mulher Cananéia. A convicção de Paulo na soberania divina: “Pois eu sei em quem tenho crido…”.