Prometeu é um personagem da mitologia grega. Sua estória tem aspectos interessantes. Conta-se que em certa ocasião Zeus, o rei dos deuses, soberano do Monte Olimpo e deus do trovão, privou o homem do fogo – simbolicamente , da inteligência – tornando a humanidade “ignorante”. Então Prometeu, o benfeitor dos homens roubou uma centelha do fogo celeste e a trouxe à Terra, reanimando os mortais. Por isso Zeus resolveu punir com mais rigor a humanidade e seu protetor. Prometeu foi punido de forma terrível: foi acorrentado com grilhões em uma coluna e tinha o fígado “roído” durante o dia por uma águia e, à noite, o órgão se regenerava. Zeus jurou que jamais o libertaria daquela prisão.
A figura trágica e rebelde de Prometeu é uma espécie de símbolo da humanidade, e sua estória tem se tornado também um arquétipo da história de líderes evangélicos no que diz respeito a usurpação do fogo divino.
Os líderes, especialmente os das grandes corporações evangélicas, são os “prometeus” da pós-modernidade, os estelionatários da religião, aqueles que roubaram ou pensam que roubaram o fogo de Deus e saem comercializando-o. Eles se consideram possuidores dos poderes de Deus a ponto de decretarem, determinarem que assim seja feito. Como “controladores” do poder divino acreditam poder determinar quando, onde e a quem será abençoado ou até amaldiçoado.
Os “prometeus” a cada dia buscam mais status no mundo da religião, quase crendo que quanto mais alto na hierarquia mais poder terão a ponto de serem capazes de reeditarem a palavra criativa de Deus – “Haja”. Esquecem-se, no entanto de que quem desejou o lugar de Deus foi transformado em diabo.
A verdade é que o poder pertence a Deus, o ungido é Jesus, as operações de milagres são do Espírito Santo de Deus. Precisamos trazer de volta a simplicidade da fé que acredita que um homem não pode receber nada se do céu não for lhe dado, que os maiores serão os menores, que o caminho de Jesus é o caminho da cruz e não do topo ou do sucesso e que ser grande no Reino de Deus é ser humilde e que tudo tem se apresentado, pedido ou decretado com a frase final “se Deus quiser”.
O prometeista esqueceu que “mais vale conquistar o seu Espírito do que conquistar uma cidade”. Esqueceu, sobretudo que os estelionatários do poder de Deus serão punidos de forma dura e da prisão onde forem lançados não sairão até que paguem o último “centavo”.
Tomaz de Aquino
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