Essa é uma pergunta simples, mas de muita profundidade.
A resposta é que determina a ação de Deus.
“Pede-me e te darei as nações por herança” (Sl 2:8).
Esta não é uma oração qualquer, mas de muita profundidade.
O que o salmista deve pedir a fim de receber as nações por herança?
Tal pedido tinha que trazer à tona a alma do salmista.
Vivemos hoje sob a perspectiva do “o que queres que eu te faça”.
Ficamos sempre esperando essa hora que Deus nos faça tal pergunta. A vida nos impõe muitas circunstancia que no faz ficar preso nessa roda viva, a roda do “o que queres que eu te faça”, o que nos leva a cometer dois equívocos:
1. O primeiro equívoco é que quando Deus fala “o que queres eu te faça” nem sempre sabemos pedir o que é o melhor pra nós.
Quase sempre pedimos as coisas mais triviais, menos necessárias, mais imediatas.
Parecia obvio que a necessidade do homem era enxergar por isso decidiu que queria apenas ver e viu.
Quando essa mesma pergunta foi feita a Salomao ele foi muito mais profundo, foi além do obvio, além de suas necessidades imediatas. Podia ter pedido prosperidade, podia ter pedido que seus inimigos fossem todos derrotados. No entanto foi muito mais além e pediu sabedoria e porque pediu sabedoria, Deus lhe deu riquezas e um reino com paz, pois não sofreu guerras.
Salomão olhou pra dentro de si mesmo e viu sua real necessidade.
Ele viu a sua incapacidade de ser rei, incapaz de agir com sabedoria. Ele sabia que para ser rei precisaria mais que um exército, mais que dinheiro, então pediu sabedoria. Ele foi ao âmago da questão.
Na maioria das vezes ficamos circundando o problema imediato.
A maioria dos nossos pedidos tem a ver com o superficial, pois não queremos penetrar o mais profundo de nossa alma conhecer nossas reais necessidades.
Mas podemos responder além de nossas necessidades mais superficiais, podemos ir ao âmago das nossas vísceras, ao que temos escondidos no quarto escuro da alma e que pode ser revelado nesse pedido.
Qual é a tua real necessidade que se for suprido dela você terá as demais necessidades satisfeitas por Deus?
2. O segundo equívoco é mais serio. Ficamos rodando em cima das nossas necessidades e nunca fazemos para Deus a pergunta “o que queres que eu te faça?”.
Foi isso que aconteceu com Paulo quando teve um encontro com Jesus crucificado. Em vez de pedir que Jesus resolvesse seus problemas, apenas disse: O que queres que eu te faça? (At 22:10).
Porque Paulo fez a pergunta certa, Jesus o fez um apostolo, um dos maiores pregadores de todos os tempos.
Todos querem ouvir de Deus esse “O que queres que eu te faça?”, mas poucos estão dispostos a perguntar para Deus “O que devo fazer Senhor?”.
É tempo de nos aprofundarmos em nós mesmos e conhecer os nossos reais necessidades e orarmos pedindo a coisa certa.
A coisa certa é aquela que se coaduna com a vontade de Deus – “Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com sua vontade, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos” (1 Jo 5:14,15).
É tempo de nos voltarmos a Deus perguntando a Ele:
O que queres que eu te faça?
Qual é o teu desejo pra mim?
Onde queres que eu haja?
Pelo que você pagaria um alto preço, suportaria grandes embates e ultrapassaria obstáculos?
Quem está disposto a fazer esta pergunta a Deus e andar na sua vontade, Deus o colocará em lugares bem mais altos.