Todas as pessoas que Deus usou, tanto no Velho como no Novo Testamento, como cooperadores para expandir o seu Reino na terra, foram pessoas que antes de tudo, se livraram dos embaraços e empecilhos que impediam sua caminhada em direção ao propósito de Deus para suas vidas.
Embaraços são coisas que alimentamos e permanecem presas em nós, travando nosso crescimento. Podem ser práticas pecaminosas, mas podem ser sentimento de incapacidade, medos, excesso de planejamento, entraves emocionais, relações mal resolvidas, etc.
Pessoas que só experimentaram verdadeiro crescimento a partir do momento em que estavam livres de tudo que os atrapalhava em seguir na direção do chamado de Deus para eles. Exemplos: Noé se livrou primeiro de exigir de Deus explicação de tudo para poder obedecê-lo (Gn.6:22; 7:5). Abraão se livrou do excesso de acomodação familiar e de patriotismo doentio (Gn.12:1). José mesmo na prisão e renegado pelos seus irmãos, estava livre do sentimento de autocomiseração. Gideão (Jz.6:11-15). Os próprios discípulos (Lc.9:57-62). O apóstolo Paulo foi liberto do legalismo judaico, para se tornar o apóstolo dos gentios.
Moisés (Êxodo 3:1-6).
Até chegar ao monte Horebe, Moisés tinha tudo pra dá errado na vida. Sua vida era cheia de embaraços. No mundo, não teria nenhuma qualificação para ser o grande líder de uma nação. Era um adotado foragido (Êx.2:15), medroso e de baixo autoestima (Êx.3:11), incrédulo (Êx.4:1), tinha muita dificuldade de falar bem (Êx.4:10) e era muito resistente à vontade de Deus (Êx.4:13,14).
Para se livrar desses embaraços e experimentar crescimento, Moisés teve que aprender que para crescer é necessário:
Desenvolver uma relação mais próxima que puder com Deus (Êx.3:1-3). Horebe era conhecido como o monte de Deus, monte sagrado, mas que estava no deserto. Depois foi chamado monte Sinai onde Deus entregou a Lei a Moisés. Ali só estava Moisés e Deus, e nele foi produzido um desejo profundo de chegar perto do sagrado.
Tirar tudo que impede termos contato direto com o que era santo (Êx.3:4,5). Tirar as sandálias é si despir dos padrões, conceitos e condutas que estamos habituados, conformados, e que impedem a nossa convivência com o que é sagrado, e consequentemente travam o nosso crescimento e nossa cooperação com Deus no seu Reino. Obs. As sandálias, os sapatos, representam obstáculos que querem que a gente se molde às formas deles. Eles permanecem o tempo todo conosco a ponto de fazer a gente esquecer que é possível andar sem eles. Aí a gente deixa de ser a gente mesmo e passa a ter a forma do sapato que calçamos. Ex. Timidez, vergonha, preguiça, murmuração, etc. (Êx.3:11). Pés é o que somos; sapatos se ajustam ao que somos. Se o sapato/problema aperta, temos que tirá-lo para ficarmos bem.
Conectar-se com o que produz vida. “Terra santa” representa presença ativa de Deus que produz crescimento. Deus disse para Moisés sentir o chão, ou seja, viver ligado diretamente à presença Dele. Para haver crescimento é necessário trocar o artificial (Coisas deste mundo) pelo que é fundamental e sólido para que produza vida. Isso exige muitas vezes ficar descalço.
Estar consciente do quem ele era, qual a sua verdadeira identidade (Êx.3:6). Não haverá crescimento se você desconhece suas qualidades e o potencial que Deus colocou em você. Ao nos conectarmos diretamente com Deus, seu Espírito nos reveste de capacitação, dons e talentos que, quando praticados, produzirá crescimento individual e coletivo. Moisés se esqueceu de onde veio e de sua corrente de existência. Ele esqueceu que a palavra dada a Abraão incluía sua vida também: “Eu farei o teu nome grande” (Gn.12:2).
Durante toda peregrinação de Jesus com seus discípulos, Ele os ensinava sobre quem eles eram e que para segui-lo era necessário primeiro se livrar dos embaraços desta vida. Só quando eles entenderam isto, foi que realmente experimentaram crescimento e transformação.
Ele dizia: “Vós sois…” e “Aquele que não renunciar…, não pode ser meu discípulo”.