(Marcos 9:14-29)
Esta situação aconteceu logo depois que Jesus foi transfigurado diante de Pedro, Tiago e João. Estes discípulos estavam extasiados com o que viram, a ponto de desejarem permanecer sob a influência absoluta do sobrenatural.
Logo em seguida eles passam a vivenciar uma situação onde era necessário exercitar a fé de diante do sofrimento de um pai. A verdade é que experimentar o sobrenatural de Deus só tem significado se for transformado em algo útil na e para a vida. Por isso Tiago disse que a fé se revela por meio de ações, atitudes, que promovem tudo o que é bom na vida.
Este texto nos leva a pensar sobre qual tipo de fé estamos exercitando. A fé estática, egoísta, introspectiva, que quer conter Deus unicamente para satisfazer os interesses pessoais? Ou praticamos a fé que nos move a Deus e consequentemente nos leva a práticas de ajuda ao próximo?
O texto nos ensina o que a fé genuína não é:
- 14,16 – A fé não é produto de discussão teológica, de debates e conjecturas filosóficas, do grau de conhecimento que temos, do quanto sabemos da bíblia, de quantos diplomas conquistamos, por quantos títulos somos chamados.Todo conhecimento que nos torna independentes de Deus é maligno, porque impede vivermos por fé.
- 19 – A fé não é produto da crença em um Deus visível, palpável, que tem dimensão natural, que está circunscrito ao mundo material. Esta geração vive escrava de tudo que é palpável, do ver para crer, da síndrome de Tomé. Somos consumidores de tudo que é visível. Nossos maiores investimentos com Deus são pelo desejo de alcançar o que é palpável (riquezas materiais, saúde física, diplomas, etc.).“… a vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus” (Gl.2:20).
- 21-24 – A fé não é produto da possibilidade de acontecer, do pensamento positivo, do talvez seja possível, do “se podes”. A reação do demônio diante de Jesus não significou nada para o pai do menino endemoninhado. A dúvida impede a gente ver as pequenas ações de Deus em nossa vida, e aí não reconhecemos as grandes coisas.A verdadeira fé não depende do milagre acontecer, mas da confiança plena em Deus.“Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos” (II Co.5:7).
- 28,29 – A fé não é produto da nossa religiosidade, do fazer parte de uma instituição religiosa, do ser chamado de discípulos de Cristo. Não somos discípulos para crê, mas crendo em Deus é que nos tornaremos discípulos. A fé não é resultado do que somos diante de Deus, mas do quanto Deus é em nós. Ou seja, é pela ação do poder de Deus em nós, e não pela força das palavras que saem de nós “Sai em nome de Jesus”.
Conclusão: A fé genuína é aquela que nos faz totalmente dependente de Deus. As evidências da fé não são os milagres, mas um modo de viver que manifesta comunhão e submissão plena a Deus e ações de amor ao próximo. Oração é comunhão e ligação plena com o Pai; jejum é dependência e submissão diante daquele que nos deu a vida.O Diabo só reconhece a autoridade de Deus, por isso precisamos estar conectados permanentemente com o Pai.