Não sei explicar o que aconteceu. Só sei de uma coisa: Antes eu era cego, e agora vejo.
Somos, por natureza, questionadores. Inquirimos tudo o que acontece ao nosso redor. Buscamos justificativas para tudo que experimentamos e vivemos. Desta forma acabamos exigindo de Deus explicações para tudo o que acontece na face da terra. Na maioria das vezes estamos muito mais preocupados em achar explicação para as coisas que acontecem conosco, que nos esquecemos de aprender com elas.
Por detrás de nossas interrogações, o que queremos mesmo é nos esquivar de nossas próprias ações e jogar em Deus toda a responsabilidade e culpa das conseqüências dos fatos desagradáveis que envolvem nossa vida.
O apóstolo Paulo chamou a atenção da igreja de Corinto quando disse que Deus tornou louca a sabedoria deste mundo, por causa do inquiridor deste século (I Co.1:20). Isto significa que Deus não se deixa subjugar às nossas formulações (interpretações, padronizações, regras) ou metodologias (previsões, imaginações).
Com base nas escrituras, a presciência e onisciência de Deus são inquestionáveis. Embora Deus tenha ciência de todas as coisas, isso não significa que Ele deva dá explicações de tudo a todos. Em contrapartida, Deus espera que aqueles que o tem como Deus, tenham total confiança nele, mesmo que não encontrem explicações para tudo que acontece em suas vidas.
Quando entendermos que Deus é a causa ativa de todo bem e de toda bondade, deixamos de exigir explicações e passamos a dá explicações/satisfações para Ele: “É Deus quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp.2:13). Deus não é causa do mal, Ele é quem restringe os homens de praticar mais pecados. No meio do caos e de tantos abusos e erros, existem sinais da graça transformadora do Senhor, que são infinitamente maiores do que qualquer explicação: “A onde abundou o pecado, superabundou a graça”, “As misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos”.
Para quem anda na dependência de Deus sem exigir explicação de tudo, vive da seguinte forma:
- Não depende das lógicas religiosas e doutrinárias, para justificar ou explicar os fatos da vida (v.1-3,14, 16). Obs. Antes de perguntarem, os discípulos já tinham uma justificativa para fato: Alguém pecou, errou ou falhou.
- Prioriza o servir a Deus muito mais do que as explicações dos acontecimentos (v.4).
- Submete-se á forma de Deus agir em sua vida sem murmuração e desconfiança (v.6).
- Só quer explicar aquilo que ele mesmo já experimentou (v.8-12, 15,25). Obs.: Mesmo sem vê, o cego afirmou quem Jesus era, porque experimentou a ação de Deus em sua própria vida (v.16,17,35-37).
- Sua prioridade de vida é revelar quem Jesus é e não explicar/justificar como ou porque Jesus fez ou faz (v.26-33).
- Coloca a adoração a Deus na frente de qualquer explicação (v.38).
O que Deus espera de nós? Confiança plena mesmo quando não temos explicação para tudo o que vivemos. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele agirá” (Sl.37:5). (Hb.3:17,18).